quinta-feira, 22 de julho de 2010

Folha de São Paulo, 22/07/10

Governo quer votar ajustes no tratado de Itaipu até setembro
O governo prevê que os ajustes no tratado de Itaipu serão votados antes das eleições. Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza, é possível aprovar o texto na Câmara na primeira semana de agosto, durante o esforço concentrado. No Senado, o deputado acredita que o acordo será aprovado no início de setembro.

Para cumprir o cronograma, será feito pedido de urgência parlamentar. "Tínhamos feito o acordo de que faríamos audiência pública e depois votaríamos no plenário. A oposição não cumpriu o acordo, com o pedido de criação de uma comissão especial, e agora vamos pedir urgência na Câmara", disse.

O deputado falou a jornalistas após encontro com o chanceler paraguaio, Héctor Lacognata. O paraguaio encontrou-se também com o chanceler Celso Amorim, com quem debateram também a próxima Cúpula do Mercosul, em agosto, e o encontro dos presidentes Fernando Lugo e Luiz Inácio Lula da Silva, em 30 de julho.

"Confiamos no trabalho que está sendo feito e em nenhum momento duvidamos de que o governo brasileiro vá cumprir o acordado", disse Lacognata, após ouvir as boas notícias para o governo paraguaio.

Segundo o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que também esteve na reunião, não haverá problemas na votação do texto. "A base de sustentação do governo está mobilizada. Isso é do interesse do Brasil, do interesse da política latino-americana de uma forma geral", afirmou.

A revisão no tratado de Itaipu pode custar ao Brasil cerca de US$ 240 milhões a mais por ano pelo pagamento pela cessão de energia ao Paraguai.

Pelo Tratado de Itaipu, o Paraguai tem direito a 50% da energia gerada pela hidrelétrica binacional. No entanto, o país acaba vendendo 90% de sua fatia ao Brasil, o comprador único do excedente de energia, como estabelece o tratado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário