sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Globo

27/11/09
Em 3 anos, Light distribuiu R$ 1,5 bi em lucro, mas investimentos para conter 'gatos' podem ter prejudicado manutenção da rede
Juliana Rangel

RIO - Desde que foi comprada pelo consórcio Rio Minas Energia (RME) em 2006, a Light já distribuiu lucros de R$ 1,55 bilhão a acionistas e minoritários, quase o dobro do valor pago pelo controle da empresa à francesa EDF. Na época, o negócio foi fechado por US$ 319,809 milhões, ou R$ 830 milhões, considerando o dólar na data e a correção pela inflação. Já os investimentos aumentaram em 65% na média anual desde então, frente a anos anteriores. Uma hipótese com que os analistas do setor trabalham é a possibilidade de os recentes problemas operacionais da Light se deverem ao mau direcionamento dos investimentos. O analista da Ativa Corretora Ricardo Corrêa observa que os investimentos são anualmente aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Depois, parte é compensada nos reajustes tarifários. Ou seja, algum dinheiro volta para as empresas. Mas o que a empresa gasta com manutenção não tem qualquer ressarcimento. - O que ocorreu, provavelmente, foi a combinação de falta de manutenção com problemas na capacidade de abastecimento. A gente tem visto grandes investimentos em prevenção de "gatos", que é um problema sério, uma mazela. Mas isso pode estar drenando gastos com a manutenção da rede - diz. Corrêa não vê excessos na distribuição de lucros a investidores. Segundo ele, os resultados obtidos pela empresa nos últimos anos seriam suficientes para remunerar acionistas e, ainda, permitir o aumento dos investimentos: - Três troncos tiveram problemas, e isso é questão de manutenção. A Light deve ser responsabilizada. Mas é um problema de planejamento interno, não de falta de dinheiro. Dados da Economática mostram que, em média, o retorno anual dos investidores que aplicaram nas ações da Light, apenas com os dividendos da empresa, foi de 11% em 2007, 9,5% em 2008 e 13,3% em 2009. Maior parte do investimento foi em manutenção, diz Light Para efeito de comparação, na Eletropaulo, o retorno foi de 15,61%, 10% e 22,8%, na mesma ordem. Na Coelce, do Nordeste, os números ficaram em 12,7%, 14,6% e 15%, respectivamente. A analista de energia da SLW Corretora, Rosângela Ribeiro também acha que o problema está na manutenção. - Ela pode estar fazendo um investimento maior na rede aérea, instalando novos medidores para evitar o roubo de energia, em vez de aplicar na proporção necessária na rede subterrânea, mais sensível ao calor intenso que tem feito. Mas é algo que temos que confirmar a partir de um detalhamento maior da empresa. Procurada, a Light detalhou os investimentos médios dos últimos dez anos, mas não deu números isolados de períodos recentes. Segundo a empresa, dos R$ 5,2 bilhões investidos desde 1999 em distribuição, os gastos com expansão ficaram com 37%, enquanto os de manutenção do sistema foram de 62%. Do ponto de vista financeiro, a percepção de analistas é favorável à empresa. - A leitura é positiva mesmo com questões difíceis que ela enfrenta no Rio, pois a atual gestão melhorou a dívida e fez a empresa dar lucro - diz Rosana. Para Corrêa, resta saber se as ações sofrerão algum efeito de eventuais multas da Aneel e ações na Justiça. Ontem, a ação da Light ON caiu 1,21%.

Energia

O Globo, 27/11/09
Relatório sobre causas do apagão deve ficar pronto na próxima semana
BRASÍLIA - A entrega do Relatório de Análise de Perturbação (RAP) sobre o blecaute do último dia 10 deverá ser antecipada para a próxima semana, informou nesta quinta-feira o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp. Segundo ele, apesar de o prazo dado pelo Ministério de Minas e Energia só terminar no dia 15 de dezembro, o ONS pretende finalizar as investigações até a próxima semana. - Temos 30 dias dados pelo ministro, mas pela relevância e pela importância, estamos fazendo todos os esforços para entregar na próxima sexta-feira, dia 4 - disse Chipp. O relatório, que será encaminhado para o Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE), deverá trazer a conclusão dos técnicos do ONS sobre o que causou o blecaute. No último dia 30, eles já repassaram à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma apresentação mais detalhada sobre o que foi descoberto até o momento. Aparelhos registradores do fluxo de carga nas linhas de alta tensão são a origem para essa análise, porque eles funcionam como as caixas-pretas dos aviões, registrando todas as alterações no momento do blecaute. Chipp abordou o assunto junto com o presidente da Aneel, Nelson Hübner, e o ministro de Minas e Energia em exercício, Márcio Zimmermann, em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado. Na oportunidade, ele também disse que manter um sistema para assegurar o fornecimento de energia em uma situação como a do último dia 10 custaria R$ 600 milhões ao mês. Segundo o diretor geral do ONS, isso é inviável economicamente porque é rara a maneira como os curto-circuitos que se repetiram naquele dia. - Quando nós gastamos, em 2008, R$ 2 bilhões para manter um estoque de segurança para evitar racionamento foi uma chiadeira danada, porque houve aumento para o consumidor. Imagine nesse caso, para evitar uma contingência tão remota. O presidente da Aneel concordou sobre a impossibilidade de criar um sistema com termelétricas para impedir qualquer chance de haver um blecaute novamente. - Tornar o sistema 100% confiável elevaria a tarifa a um custo impossível de atingir.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Energia

Canal Energia
Leilão de Belo Monte pode ocorrer apenas em 2010
Falta de prazo para concessão da licença prévia e de anuência do TCU obrigam governo a pensar em adiar certame
Da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão
18/11/2009
O governo sinalizou que pode estar desistindo de realizar o leilão de Belo Monte (PA-11.233 MW) no dia 21 de dezembro. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que a licitação é "viável apenas para janeiro", segundo informou a Agência Brasil. O empreendimento ainda não tem a licença prévia ambiental e precisa ainda de anuência do Tribunal de Contas da União - ambos os documentos ainda não foram emitidos.A Agência Nacional de Energia Elétrica marcou para a próxima quinta-feira, 19, uma reunião extraordinária de diretoria para votar o edital do leilão de Belo Monte. Mas, de acordo com Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, a Aneel deve retirar o assunto de pauta e aguardar a LP do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente. "A Aneel deve esperar a licença", afirmou Tolmasquim. Consultada pela reportagem, a Aneel informou que a reunião extraordiária será mantida porque além do edital da hidrelétrica, também deliberará a respeito do leilão de energia nova A-5.O ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, havia dito ontem (17) que não há prazo para a liberação da licença ambiental da usina. ?Vocês não vão tirar isso de mim [data definida] pela simples razão que eu não digo. O prazo será o mais rápido possível, contado em dias. A licença sairá quando todas as questões estiverem resolvidas?, afirmou Minc, de acordo com a Agência Brasil.Como a Agência CanalEnergia mostrou ontem os técnicos do Ibama estão analisando o calhamaço de mais de 15 mil páginas do estudo de impacto ambiental, além de estarem aguardando uma série de informações de órgãos do Pará e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.Os representantes do setor elétrico e da área ambiental se reuniram nesta quarta-feira, 18, em Brasília, para tratar das obras do setor incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento. Na reunião, também foi tratado do leilão A-5 marcado para 18 de dezembro. Tolmasquim disse que o certame deve contar com as hidrelétricas de Santo Antônio do Jari (AP/PA-300 MW) e de Garibaldi (RS-175 MW). Ficariam de fora, portanto, as cinco usinas do rio Parnaíba - Cachoeira (63 MW), Estreito (56 MW), Ribeiro Gonçalves (113 MW), Castelhanos (64 MW) e Uruçuí (134 MW).Com informações da Agência Brasil.

O Globo

19/11/09
Câmara aprova texto básico do projeto que cria a Petro-Sal
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA - A Câmara aprovou na tarde desta quarta-feira o texto básico do projeto que cria a Petro-Sal, a nova empresa pública que vai acompanhar e fiscalizar a exploração do pré-sal. A proposta foi aprovada por 250 votos a favor e 67 contra. Neste momento, estão sendo discutidos apenas dois destaques apresentados pela oposição. Das quatro propostas enviadas pelo governo que trata do pré-sal essa é a primeira a ser aprovada pela Câmara. O DEM e o PSDB ficaram contra por afirmarem que a nova empresa será um cabide de emprego. Segundo o líder do PSDB, José Aníbal (SP), a nova empresa será mais uma "bocona" do governo. O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), argumenta que as funções da nova estatal já são feitas hoje pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) - O pior é que o projeto não define o número de funcionários que terá a Petro-Sal - disse Caiado. Nova empresa já ficou conhecida pelo apelido Apesar de até os próprios membros do governo e parlamentares estarem chamando pelo nome de Petro-Sal a empresa em criação, dificilmente este será o nome oficial da nova estatal. O governo vai consultar o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) para escolher o nove nome da empresa estatal que terá, principalmente, a função de fiscalizar os custos de produção das empresas que vão explorar os blocos ainda não licitados da nova fronteira petrolífera. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o nome Petro-Sal já estava registrado e o dono da marca não tinha sido encontrado. Na lista do Ministério de Minas e Energia, há entre as sugestões os seguintes nomes: Petromar, Petrosocial e PetroBrasil.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Trabalho e Sindicalismo

Diap, 16/11/09
Agenda Política: projetos de lei do pré-sal são destaque da semana

Os projetos tratam da partilha (PL 5.938/09); capitalização da Petrobras (PL 5.941/09); criação da Petrosal (PL 5.939/09); e do Fundo Social (PL 5.940/09) - passam a tramitar em regime de urgência na Câmara dos DeputadosNesta semana, a Câmara poderá iniciar as votações em plenário dois quatro projetos de lei que tratam do marco regulatório do pré-sal.Os projetos dizem respeito ao regime de partilha (PL 5.938/09); capitalização da Petrobras (PL 5.941/09); criação da Petrosal (PL 5.939/09); e do Fundo Social (PL 5.940/09) - passam a tramitar em regime de urgência na Câmara dos Deputados.Comissão geralA partir das 9 horas desta quarta-feira (18), o plenário da Câmara dos Deputados será transformado em comissão geral para debater as mudanças climáticas e a posição brasileira nas questões ambientais que serão negociadas em Copenhague em dezembro.MercosulO plenário do Senado poderá votar, nesta quarta-feira (18), o projeto que trata protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Apesar da polêmica, a tendência é que a matéria seja aprovada. Mas para não correr riscos, o texto somente será submetido a voto se o quorum estiver elevado.CPMI do MSTOs líderes dos partidos da base aliada devem indicar, esta semana, os membros da CPI Mista do MST.Greve no MTEOs servidores administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego estão em greve por tempo indeterminado. A paralisação dos servidores é nacional e já atinge 23 estados. A greve foi iniciada no dia 5 de novembro é por tempo indeterminado. PTNo domingo (22), haverá eleição para os diretórios Nacional e estaduais do PT. Os dois principais candidatos à presidente da sigla são o ex-senador José Eduardo Dutra (SE) e o deputado José Eduardo Cardozo (SP). O primeiro é a opção de Lula e da ala majoritária do partido, mas qualquer um dos dois terá como prioridade a candidatura presidencial de Dilma Rousseff.Veja, a seguir, a previsão dos principais acontecimentos políticos desta semana:Segunda-feira (16)- O presidente Lula participa, em Roma, da Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar. O presidente terá reunião com o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi.- O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concede licença prévia para a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.- Início do prazo de apresentação de emendas ao parecer preliminar do deputado Geraldo Magela (PT/DF) ao Orçamento da União para 2010 aprovado na Comissão Mista do Orçamento.- O relator do PL 29/07 (convergência tecnológica) na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara, deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE), apresenta novo parecer.- O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, realiza, pela manhã, palestra de abertura do Congresso Paulista de Jovens Empreendedores, em São Paulo. À tarde, por videoconferência faz palestra de abertura do seminário internacional em comemoração aos 30 anos do Selic.- Ipea realiza curso em parceria com Dieese, DIAP e Seesp. O encontro, que será realizado de 16 a 19, em São Paulo, partiu de uma demanda dos movimentos sociais e ocorre por ocasião do aniversário de 45 anos do Ipea. O objetivo é aprofundar conhecimentos sobre temas econômicos-sociais e suas análises e pesquisas em diversas áreas, como macroeconomia, meio ambiente, trabalho e relações internacionais. Terça-feira (17)- O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o deputado Ciro Gomes (PSB/SP) se reúnem em Minas Gerais para discutir sucessão presidencial.- A Câmara dos Deputados inicia votação dos quatro projetos que regulamentam o marco regulatório do pré-sal.- Os líderes dos partidos da base aliada devem indicar os membros da CPI Mista do MST.- A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado realiza audiência pública sobre a indústria do fumo no Brasil com o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, e outros.- As comissões de Finanças e Tributação; e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio realizam seminário sobre "Possíveis desdobramentos da crise financeira internacional: aperfeiçoamento na regulamentação dos sistemas financeiros e na governança global" com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, os presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, e outros.- A Comissão de Agricultura da Câmara realiza audiência pública com o presidente do Incra, Rolf Hackbart, sobre denúncias de altos gastos com diárias e passagens pelo Incra, perfil dos assentamentos rurais mostrado por pesquisa do Ibope e desvios de recursos para o MST.- A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara realiza audiência pública com o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, sobre a prestação do serviço móvel pessoal (SMP) nas regiões Norte e Nordeste.- A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara realiza audiência pública sobre a participação do Brasil na Conferência de Copenhague com os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, e outros.- O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) deve divulgar os resultados das análises de um equipamento das subestações de transmissão de energia que ajuda a explicar o que provocou o apagão da última terça-feira (10).- Perry Anderson debate crise capitalista na USP. Historiador marxista inglês e ex-editor da revista New Left Review participará de debate sobre "A crise capitalista atual e suas consequências para a luta hegemônica", às 19 horas, no Auditório de Cultura Japonesa da USP. Além Anderson, o debate contará com a participação de Emir Sader, do professor de literatura e jornalista Flávio Aguiar e do sociólogo Ruy Braga. Promoção é da Boitempo Editorial, Clacso, Cenedic e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo. A entrada é gratuita.- Divulgação do IGP-10 de novembro. Quarta-feira (18)- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se reúne com o presidente Lula e discute, entre outros assuntos, relações comerciais entre os dois países.- Senado pode votar protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul.- O plenário da Câmara realiza debate mudanças climáticas e a posição brasileira nas questões ambientais que serão negociadas em Copenhague em dezembro.- A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara realiza audiência pública para discutir o acesso a banda larga e suas implicações na garantia do direito à informação da população brasileira com o ministro das Comunicações, Helio Costa, o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, e outros.- Henrique Meirelles participa do Third Summit Meeting of Central Banks on Inflation Targeting, em Santiago, Chile.Quinta-feira (19)- Receita Federal divulga arrecadação de outubro.- A Comissão de Ciência e Tecnologia promove audiência pública sobre o PL 2.701/97, que trata do serviço de televisão comunitária, com o ministro das Comunicações, Helio Costa, o presidente da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra), João Saad, e outros.- Os líderes dos 27 países da União Europeia (UE) escolhem o presidente e o ministro das Relações Exteriores do bloco.

Diap

16/11/09
Fator: CCJ pode votar parecer do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP)

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados pode analisar, nesta semana, o PL 3.299/08, do senador Paulo Paim (PT/RS), que extingue o fator previdenciário. De acordo com o parecer do relator na CCJ, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), o substitutivo do deputado Pepe Vargas (PT/RS) apresentado na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) é ?inconstitucional'. Desse modo, Faria de Sá se pronuncia pela extinção pura e simples do fator previdenciário. Se assim ocorrer o salário de benefício (aposentadoria) volta a ser calculado de acordo com a média aritmética simples até o máximo dos últimos 36 salários de contribuição, apurados em período não superior a 48 meses. Piso salarialOutra matéria em pauta nesta semana é o projeto de lei complementar (PLP) 282/08, do deputados Brizola Neto (PDT/SP), que altera a Lei Complementar 103, 14 de julho de 2000, a fim de dispor que convenção e acordos coletivos de trabalho devem observar o piso salarial nela instituído. O relator do projeto é o deputado João Campos (PSDB/GO), que apresentou parecer pela constitucionalidade da proposta. Se aprovada no colegiado, a matéria segue para votação em dois turnos em plenário.Vale-transporteAinda na pauta da CCJ, o PL 5.393/05, do deputado Mário Negromonte (PP/BA), altera a Lei 7.418, de 16 de dezembro de 1985, o Decreto-Lei 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940. De acordo com o projeto, são beneficiários do vale-transporte os servidores estaduais e municipais; proíbe ao empregador substituir o fornecimento do vale-transporte por dinheiro; tipifica como estelionato a fabricação, venda ou qualquer outro meio de fraude do vale-transporte. O relator da matéria, deputado João Magalhães (PMDB/MG) ofereceu parecer pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação da proposta. O colegiado se reúne, nesta terça-feira (17), às 14h30 no plenário 1. Garantia de empregoA Comissão de Trabalho pode votar, nesta semana, o PL 2.476/07, do deputado Edmilson Valentim (PCdoB/RJ), que acrescenta artigo à CLT, para dispor sobre a garantia no emprego durante e após as férias. A proposta proíbe a dispensa arbitrária ou sem justa causa durante as férias e até 60 dias a contar do retorno. A relatora da matéria, deputada Thelma de Oliveira (PSDB/MT) apresentou parecer favorável ao texto. "Anistia"Outro projeto em pauta é o PL 4.293/08, do deputado Leonardo Picciani (PMDB/RJ) concede "anistia" aos ex-servidores da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, exonerados em virtude de adesão, a partir de 21 de novembro de 1996, a programas de desligamento voluntário. O relator da matéria, deputado Sebastião Rocha (PDT/SP) apresentou parecer favorável ao projeto. A Comissão se reúne, nesta quarta-feira (18), às 10h, no plenário 12. Privatização dos aeroportosNesta terça-feira (17), às 14h, a Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional realiza audiência pública sobre a privatização dos aeroportos brasileiros e a situação do tráfego aéreo na Amazônia Legal.Foram convidados os ministros da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro; dos Transportes, Alfredo Nascimento; e da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima; Além do presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Murilo Barbosa; o superintendente de Regulação Econômica e de Acompanhamento de Mercado da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Juliano Noman; o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Célio Barros; e representantes da Procuradoria Geral da República; do Tribunal de Contas da União (TCU); e do Ministério da Defesa. A reunião acontecerá no plenário 15.Meio ambiente e o trabalhadorA Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realiza, nesta terça-feira (17), audiência pública sobre a atuação de técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Ibama, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) em comunidades caboclas e garimpeiras de áreas de entorno ou inscritas em unidades de conservação de uso sustentável no Amapá.Foram convidados para o debate, o diretor-geral do DNPM, Miguel Antonio Nery; o presidente do Ibama, Roberto Franco; o presidente do ICMBIO, Rômulo José Mello; e os representantes da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Capivara (Porto Grande-AP), Raimundo Nogueira e Manoel de Oliveira. A Reunião será no plenário 8, às 14h. MSTA Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realiza audiência pública sobre as denúncias de altos gastos com diárias e passagens pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); o perfil dos assentamentos rurais mostrado por pesquisa do Ibope; e os "desvios" de recursos para o MST. Para o debate, foi convidado o presidente do Incra, Rolf Hackbart. A reunião será no plenário 6, às 14h30. Cotas em universidades públicasA Comissão de Direitos Humanos e Minorias realiza audiência pública sobre o sistema de cotas para afro descendentes nas universidades públicas. Foram convidados para o debate a subprocuradora-geral da República e coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, Déborah Duprat; a coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado, Jacira da Silva; a coordenadora do Centro de Convivência Negra e Especial da UnB, Déborah Santos; e o conselheiro do Conselho de Defesa do Negro da Secretaria de Justiça, Nelson Inocêncio. A reunião será no plenário 9, às 14h30.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Energia

O Globo, 13/11/09
Eletrobrás usou, este ano, 38% dos R$ 7,2 bi planejados para geração e transmissão
BRASÍLIA - Responsável por cerca de 56% das linhas de transmissão que interligam o país, o Grupo Eletrobrás - formado por uma holding e quatro subsidiárias - investiu, de janeiro a agosto, R$ 2,773 bilhões, apenas 38% dos R$ 7,243 bilhões planejados para este ano nos sistemas de geração e transmissão sob sua responsabilidade. Neste ritmo de execução, o percentual realizado tende a ser, ao fim de 2009, o mais baixo dos últimos dez anos - período durante o qual nunca a estatal conseguiu entregar mais de 80% dos investimentos que estavam previstos no seu orçamento. É o que mostra a reportagem de Eliane Oliveira e Gustavo Paul, publicada na edição desta sexta-feira do GLOBO. Os dados, do site de acompanhamento das finanças públicas Contas Abertas, foram calculados com base em informações do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest) do Ministério do Planejamento. Para o presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, o baixo desempenho dos investimentos da Eletrobrás ocorre porque a empresa está sem foco, preocupada mais com aspectos políticos do que técnicos. Ele considera o montante concretizado pequeno para o que o grupo pretende se tornar: - A Eletrobrás não tem claramente uma direção nesse plano de investimentos. Quer atender o presidente Lula e virar a Petrobras do setor elétrico. Quer investir no exterior, quando há tantos problemas no Brasil a se resolver. Por isso, está completamente sem foco. Quer abraçar muitas coisas e acaba tendo dificuldades do ponto de vista empresarial. Até agosto, gasto estaria em 49% Procurada, a holding informou que as empresas do sistema Eletrobrás já realizaram, até setembro, 49% do orçamento previsto para este ano na área de geração. O percentual é o mesmo para a transmissão. Ainda segundo a companhia, até o fim do ano o desempenho será de 70% do Orçamento, o equivalente a R$ 7,2 bilhões. Em seu site, a holding promete gastar R$ 2,54 bilhões este ano em construção, ampliação e reforços de linhas de transmissão no país. A estatal planeja 28 novas linhas de transmissão de Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul, construídas com recursos próprios ou em parceria, num total de 9.780 km, entre 2009 e 2012. "A realização do orçamento é impactada pelos procedimentos legais e ambientais que necessitam ser cumpridos. Exemplo deste último item é a usina Angra 3, que deveria ter começado a ser construída em março, mas, devido à espera pelo licenciamento ambiental, só iniciou as obras em outubro", afirmou a empresa, em resposta ao GLOBO. Apesar das deficiências apontadas, o sistema tem se expandido. Dados do Ministério de Minas e Energia mostram que os investimentos no governo Lula em geração e linhas de transmissão são maiores do que os feitos pelo governo Fernando Henrique. Lula assumiu o governo em 2003 com 80.315 megawatts (MW) de capacidade instalada no sistema de geração, o que, desde então, cresceu em 25.596 mil MW, com oferta total, em 2009, de 105.911 MW. No governo anterior, a energia gerada adicional foi de 21.418 MW (entre 1995 e 2002). No governo atual houve um acréscimo de 32.160 km na rede de linhas de transmissão, enquanto no anterior o total apurado foi de 10.020 km. - Os investimentos em geração e transmissão estão sendo feitos, mas poderiam ocorrer de forma mais rápida e mais rigorosa, com um monitoramento maior no sistema de proteção. Se o apagão da última terça-feira tivesse acontecido durante o dia, haveria um grande prejuízo para o setor industrial - comentou Otávio Santoro, diretor executivo da Indeco Energia e Águas.

O Globo

13/11/09
Apagão: explicação do governo não convence especialistas, que veem falha humana
Ramona Ordoñez

RIO - Técnicos em engenharia elétrica e especialistas não acreditaram nas explicações do governo federal, de que o mau tempo teria provocado o blecaute que ocorreu na noite da última terça-feira atingindo 18 estados , entre os quais São Paulo e Rio de Janeiro. Técnicos ouvidos pelo GLOBO não descartaram a possibilidade ter ocorrido uma falha humana na operação do sistema. O professor de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ Carlos Manuel Portela, considerado um dos maiores especialistas em linhas de transmissão no Brasil, acha difícil um número grande de descargas elétricas ter se concentrado em um período pequeno em uma região, atingindo as três linhas de transmissão de Itaipu. Portela disse ter estudado com profundidade blecautes de grande porte ocorridos em outros países, que sempre registraram como um dos motivos a falha humana. - Não pode ter sido um raio que derrubou as três linhas quase que ao mesmo tempo. Em todos os blecautes importantes ocorridos no mundo, houve bobagem humana - afirmou Portela. Diretor do CBIE defende tecnologias mais inteligentes Para o professor, o sistema elétrico brasileiro é moderno e usa as tecnologias mais modernas do mundo. Segundo Portela, por mais avançados e automáticos que sejam os equipamentos, por mais inteligentes, sempre é fundamental a participação do ser humano. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires Rodrigues, também não acredita nas explicações oficiais. Ele afirmou que é preciso investir em novas tecnologias, mais inteligentes, para aumentar a segurança do sistema. Por outro lado, segundo Adriano Pires, houve uma falha na gestão do sistema elétrico. Isso porque, explicou, a operação do sistema deve levar em conta a confiabilidade do sistema e a modicidade tarifária. Ele disse ainda que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ao planejar a operação, parece estar preocupado somente com os menores custos. - Por que concentrar uma geração tão elevada apenas em Itaipu? Por que não se acionou em escala menor alguma termelétrica? Porque eles estão levando em conta apenas custos menores de operação - destacou Pires. Segundo o executivo do CBIE, um sistema de energia como o do Brasil não pode cair por causa de um fenômeno atmosférico. Se a causa for essa, é fundamental o país investir mais em novas tecnologias mais inteligentes. Adriano Pires citou o caso da Smart Grid, que já está sendo usada em alguns países. Esse é um sistema de geração inteligente quase individual. Com ele, um consumidor pode ter sua geração própria de energia, que automaticamente pode entrar na rede ou não, dependendo das oscilações dos custos de energia. - Hoje o autoprodutor gera energia mas joga na rede interligada, o que o deixa vulnerável em caso de blecaute no sistema. O Smart Grid é uma geração individual de energia - explicou Adriano Pires. 'Não acredito que foi um raio', diz engenheiro O engenheiro elétrico Clayton Vabo também não acredita que problemas atmosféricos tenham provocado o blecaute. Ele não descarta a possibilidade de alguma falha humana na operação do sistema. - Não dá para entender o que aconteceu. Todos nós estamos muito apreensivos. Se houve falha nos equipamentos, deveria ter ocorrido uma recuperação mais rápida - disse Vabo. Para o engenheiro, se for comprovado que houve falhas, será necessário o setor desenvolver e adotar novos sistemas de redundância para evitar um novo blecaute dessas proporções: - Tem um mistério muito grande. Não acredito que foi um raio. Pode ter sido uma manobra errada, uma falha humana. Na quarta-feira, em entrevista ao GLOBO, o diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, levantou a hipótese de um erro de computador ou de decisão humana.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Energia

O Estado de São Paulo, 12/11/09
Cai liminar que suspendia licenciamento de Belo Monte
LEONARDO GOY - Agencia Estado

BRASÍLIA - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) conseguiu derrubar hoje à noite, no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, com sede em Brasília, a liminar que suspendia o processo de licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA).A liminar havia sido concedida na terça-feira pelo juiz Edson Grillo, da Justiça Federal de Altamira (PA), a pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Estado. O MPF argumentava que as quatro audiências públicas promovidas pelo Ibama na região da obra não teriam sido suficientes para debater o projeto. Segundo a assessoria de comunicação do Ibama, a liminar caiu porque prevaleceu o argumento, apresentado no recurso, de que cabe ao Ibama, e não à Justiça, definir a quantidade e os locais das audiências.Com a derrubada da liminar, os técnicos do Ibama podem voltar a analisar o projeto. A liberação da licença de Belo Monte está atrasada. Originalmente o governo previa que a autorização saísse no dia 26 deste mês. O presidente do Ibama, Roberto Messias, tem argumentado que a demora se deve ao grande volume de dados a serem analisados e à própria complexidade da obra. Sem a licença prévia do Ibama, o governo não pode realizar o leilão de concessão do projeto da hidrelétrica, previsto para o dia 21 de dezembro. Com 11,2 mil megawatts (MW) de potência, Belo Monte é o maior projeto de geração de energia elétrica do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Canal Energia

Blecaute foi causado por queda de raios em três circuitos
Nordeste teve perda de carga de 800 MW, enquanto o Centro-Oeste teve queda de 279 MW e o Sul, 510 MW. Sudeste foi a região mais impactada
Fábio Couto, da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
11/11/2009
O blecaute que deixou 18 estados do país sem energia - total ou parcialmente - foi causada por descargas atmosféricas em três circuitos que ligam Ivaiporã (PR) a Itaberá (SP), cuja consequência foi a perda de 40%, aproximadamente, da carga total demandada no momento do desligamento - 28,8 mil MW dos cerca de 70 mil MW demandados pelo país. A conclusão foi apresentada pelo governo após reunião que analisou as causas do incidente. O fato resultou ainda na abertura de duas linhas de transmissão que transportam energia de Itaipu, resultando num efeito dominó, com abertura de pelo menos outras 15 linhas.Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a recomposição do sistema foi considerada rápida diante da complexidade do sistema elétrico, o que leva a avaliação de que a malha de transmissão é robusta. Segundo ele, na maior parte do país e no Paraguai, a energia foi restabelecida em 15 minutos, enquanto em outras regiões, a normalidade retornou após quatro horas. O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, explicou que existem padrões para recomposição média da energia.O ministro destacou que o blecaute de 1999 resultou em perda de 70% da carga, enquanto que em 2001, a perda de carga ficou em 60%. Lobão destacou que o maior reflexo se deu nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde a retomada da energia se deu mais demoradamente.Lobão contou que o Nordeste teve perda de carga de 800 MW, enquanto o Centro-Oeste teve queda de 279 MW e o Sul, 510 MW. No momento do blecaute, Itaipu disponibilizava carga de 11 mil MW dos 14 mil MW de capacidade instalada. Ele explicou ainda que as termelétricas não puderam ser despachadas porque o problema não foi de oferta de energia, mas sim na própria transmissão. O ministro salientou que apesar de o blecaute ter sido causado por conta de queda de raios, a saída será o fortalecimento ainda maior da malha do setor.Além disso, a região é considerada como de alta incidência de descargas elétricas, segundo afirmou o ministro na entrevista coletiva para apresentar as causas do blecaute, com base em informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Já o diretor de Operações do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Eduardo Barata, afirmou que a perda de carga não foi maior porque o blecaute aconteceu fora do horário de pico - às 22:15, quando a ponta é verificada entre 18 horas e 21 horas.

Agência Brasil

12/11/09
Presidente da Eletrobrás diz que problema deveria ter sido isolado em Itaberá
Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz, disse à Agência Brasil que deveria ter ocorrido o "ilhamento" do problema que originou a falta de luz em 18 estados do país. Segundo ele, houve falha e é preciso investigar o motivo que levou o sistema de segurança a não ser ativado.“Nós tivemos um problema meteorológico em Itaberá que levou à queda das três linhas de 750 quiloVolt (kV), o que significa dizer que perdemos a capacidade de transmitir metade da energia gerada por Itaipu. Deveria ter acontecido o ilhamento do problema para possibilitar o religamento do sistema. Mas como isto não aconteceu, aí o problema se estendeu para as duas linhas de corrente contínua que liga Itaipu a São Paulo. O que é preciso levantar é porque não entrou em operação o sistema chamado ERAT que existe exatamente para levar ao ilhamento”.O presidente da holding que controla as empresas de energia do governo disse que não houve problema de falta de energia, mas sim uma interrupção temporária nas linhas de transmissão. Para ele, o sistema elétrico está bem dimensionado e os investimentos foram feitos. Muniz lembrou o fato de que, dentro do planejamento energético elaborado para o país, várias novas usinas, principalmente hidroelétricas de grande capacidade de geração, estão em fase de construção ou de licitação - citando as usinas do Rio Madeira e de Belo Monte, no Pará, que entrá prevista para entrar em operação em 2014 interligando as regiões Norte e Sul e, consequentemente, fortalecendo o sistema elétrico brasileiro. “Com as obras que estão planejadas e sendo executas, nós não temos dúvidas de que vamos atender ao aumento da demanda. O sistema não só está apto a atender ao crescimento, como a população pode ficar tranquila, porque acidentes como este dificilmente voltarão a se repetir”. “Eu não tenho dúvidas de que o sistema elétrico brasileiro está preparado para atender à demanda de energia por parte da população, como também está preparado para atender ao crescimento econômico do país esperado para os próximos anos. O que houve foi um problema no sistema de transmissão, tanto que restabelecida a operação, o país está funcionando dentro da normalidade do ponto de vista energético desde às 4h da manhã desta terça-feira”.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Energia

Canal Energia
Índice Aneel de Satisfação do Consumidor terá resultados divulgados neste mês
Cerimônia de premiação de distribuidoras melhor avaliadas está prevista para acontecer no auditório da agência, em Brasília, no próximo dia 25
Da Agência CanalEnergia, Consumidor

06/11/2009 A Agência Nacional de Energia Elétrica divulgará no próximo dia 25 de novembro os resultados da pesquisa que apurou o Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (Iasc) deste ano. A cerimônia de premiação das distribuidoras melhor avaliadas por seus consumidores nesse ano está prevista para acontecer às 10 horas, no auditório da agência, em Brasília. O Iasc reflete a percepção do consumidor sobre a qualidade dos serviços prestados pelas 63 distribuidoras do país. No total, 25 concessionárias finalistas concorrem em nove categorias de premiação.O levantamento da edição deste ano da pesquisa Iasc foi realizado entre os dias 13 de julho e 26 de agosto. Durante este período 19.340 consumidores residenciais em 475 municípios brasileiros foram entrevistados sobre o desempenho dos serviços prestados pelas concessionárias em suas respectivas áreas de atuação.

O Estado de São Paulo

09/11/09
Petrobrás pode ter descoberto megareserva de gás no Peru
Estatal brasileira teria encontrado no país reserva de até 5 trilhões de pés cúbicos do combustível Marcílio Souza, da Agência Estado

LIMA - O presidente do Peru, Alan García, disse nesta última quinta-feira, 5, que a Petrobrás pode ter feito uma descoberta de até 5 trilhões de pés cúbicos de gás natural no bloco 58, na região amazônica do país. Caso seja confirmada, a descoberta poderá atender as necessidades de gás do Peru até 2050, disse García."Eu recebi uma informação diretamente da selva de que o Bloco 58 possui uma grande quantidade de gás", disse García. Ele afirmou que deverá receber mais confirmação nesta sexta-feira do Bloco 58, que é uma área de exploração relativamente nova. García disse que a descoberta, de possivelmente quatro a cinco trilhões de pés cúbicos em reservas novas, foi feita no poço Urubamba, um dos cinco do bloco 58. "Se isso for confirmado - e parece que no primeiro poço há muito mais do que um trilhão de pés cúbicos de gás e esse é apenas um dos cinco poços ou estruturas -, podemos dizer que demos um salto na segurança de energia", disse García. O presidente afirmou que o Peru tem atualmente até 15 trilhões de pés cúbicos de gás em reservas em seus blocos do sul - até três trilhões de pés cúbicos no bloco 56, mais de nove trilhões no bloco 88 e dois trilhões no bloco 57. As informações são da Dow Jones.

O Globo

09/11/09
Pré-sal vai produzir 1,8 milhão de barris por dia em 2020, diz Gabrielli
Investimentos chegarão a US$ 111 bilhões, diz presidente da Petrobras.
Empresa levou 53 anos para atingir produção de 1,8 milhão barris diários.A Petrobras prevê atingir a marca de 1,8 milhão de barris diários de petróleo extraído da camada pré-sal em 12 anos, disse o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, em vídeo publicado neste domingo (8) no blog da estatal. Atualmente, são produzidos apenas 30 mil barris diários do pré-sal.“O que nós fizemos em 53 anos pretendemos fazer em 12 anos”, disse Gabrielli, em referência à produção total da empresa em 2006, de 1,8 milhão de barris diários. Atualmente, a produção diária é de 2,5 milhões de barris. “Esse número é muito interessante porque de 2009 a 2020 estamos falando em 12 anos. Lembre-se que a Petrobras levou 53 anos para atingir a marca de 1,8 milhão de barris."Segundo Gabrielli, a Petrobras vai investir US$ 11 bilhões até 2020 para atingir a meta prevista de extração do pré-sal. Até 2013, a empresa deve investir US$ 28,9 bilhões e atingir a meta de 220 mil barris diários originários do pré-sal. Hoje, a Petrobras produz cerca de 30 mil barris do pré-sal –15 mil de um poço na área de Tupi, no litoral do Rio, e outros 15 mil do campo de Jubarte, na costa do Espírito Santo. Gabrielli lembra no blog que a indústria do petróleo no Brasil movimenta cerca de 10% do PIB, 7% das exportações brasileiras e 12,5% da arrecadação federal, o que permitiria investimentos em outras áreas da economia não ligados à indústria do óleo.Preço dos combustíveis Gabrielli disse que o aumento da produção não significará preços menores dos combustíveis no mercado interno. “Infelizmente não é possível isso, a menos que nós isolemos o país. O Brasil não é uma ilha isolada do mundo. O petróleo não pode ser desconectado do mercado internacional.” afirmou.Segundo ele, a empresa mantém uma “relação de longo prazo” com o mercado brasileiro. “A verdade é que nós temos uma política de que não repassamos ao mercado brasileiro as variações diárias dos preços internacionais. Nós mantemos uma relação de longo prazo, porque em última instância o que nós não estamos pagando não é o custo de produção do barril do petróleo, porque o petróleo é um produto que se esgota, no tempo ele vai se exaurir. Então, o custo do petróleo na verdade é o custo do novo barril, que você precisa encontrar e produzir para incluir, e esse custo é um custo internacional, infelizmente”, disse. Biocombustíveis O presidente da Petrobras disse que a empresa mantém sua meta de aumentar sua produção de biocombustíveis. “Continuamos comprometidos em ampliar a produção, incluindo novas tecnologias, para exportar e aumentar nossa presença na produção de etanol. Estamos planejando a construção de alcodutos para trazer a nova produção de etanol para porto e viabilizar mais exportações”, declarou. Gabrielli disse que a empresa vai manter seu foco na produção de combustíveis líquidos, apesar de manter alguns investimentos em fontes alternativas de energia. “Estamos fortemente concentrados na produção de etanol e biodiesel. Temos pequenos investimentos em [energia] eólica e solar. Achamos que a ênfase do nosso investimento deve ser nos combustíveis líquidos.” Acionistas Sobre a ampliação da oferta de ações da empresa, Gabrielli disse que os pequenos acionistas que não exercerem sua opção de compra para dobrar a participação na composição acionária – que deve ocorrer com a capitalização da Petrobras – terão uma diluição na participação dos dividendos, mas serão beneficiados no longo prazo pela valorização dos papéis da companhia.“Nenhum acionista será prejudicado. Todo acionista terá o direito de comprar as ações na mesma proporção em que têm hoje. Se não quiser comprar, não exercerá o seu direito e vai reduzir, será um pouco diluído, no ganho dos dividendos. Porém, o valor da Petrobras aumentará, porque o capital aumentará e você [acionista] acabará sendo beneficiado pelo crescimento, no futuro, do valor da Petrobras”, afirmou Gabrielli.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Energia

Diário do Comércio e Indústria, 04/11/09
Eletrobrás decide aumentar o capital de empresas controladas

SÃO PAULO - O Conselho de Administração da Eletrobrás aprovou a capitalização das empresas controladas pela holding, que deverão seguir novas regras de governança corporativa. No total, os aumentos de capital devem somar R$ 11,77 bilhões. A companhia também aprovou a alteração do estatuto social das subsidiárias, para prever a obrigatoriedade de distribuição, como dividendo, da totalidade do lucro líquido ajustado.O mecanismo já havia sido antecipado, em parte, no dia 2 de outubro pelo presidente da companhia, José Antônio Muniz Lopes, que explicou que as dívidas das controladas decorrentes de empréstimos feitos pela holding seriam utilizadas para capitalizar as subsidiárias, que passariam a pagar apenas dividendos para a Eletrobrás. Com a operação, a estatal espera receber R$ 30 bilhões em dividendos de suas empresas controladas até 2021.De acordo com comunicado enviado ao mercado, Eletronorte, Furnas e CGTEE receberão um aumento de capital de R$ 6,605 bilhões decorrentes do saldo devedor dos financiamentos concedidos com recursos ordinários. Deste total, a Eletronorte receberá uma capitalização de R$ 3,762 bilhões, enquanto a Chesf terá direito a um aumento de capital de R$ 2,804 bilhões e a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) ficará com outros R$ 38,849 milhões. Já os saldos dos adiantamentos para futuro aumento de capital renderão outros R$ 658,194 milhões para o aumento de capital de Eletrosul, Furnas e Chesf.A companhia da Região Sul será capitalizada em R$ 332,643 milhões, enquanto ao Chesf terá um aumento de capital de R$ 294,396 milhões. Furnas receberá uma injeção de R$ 31,154 milhões no seu capital. Geradoras e transmissoras federalizadas também terão direito a fazer operações de aumento de capital, no total de R$ 2,22 bilhões.

O Globo

04/11/09
No G20, crise afetou menos salários do Brasil, diz OIT

O Brasil está entre os países do G20 que registraram menor perda salarial durante a crise financeira, segundo relatório divulgado nesta terça-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os dados indicam que os salários médios mensais no Brasil registraram crescimento de 2,8% em 2008, acima de países como Canadá (2%), Austrália (1,1%) e Grã-Bretanha (0,5%). Apesar disso, os salários brasileiros cresceram menos do que em 2007, quando aumentaram 4,9%, segundo dados da OIT. As maiores perdas foram registradas em países como México (-3,5 %), Japão (-0,9%), África do Sul (-0,3%) e Alemanha (-0,6%). 'Memorável' Embora o estudo não revele estatísticas de dois dos principais emergentes membros do G20, Índia e China, o autor do estudo, Patrick Belser, disse à BBC que o Brasil está, "certamente, entre os três países do grupo em que os salários mais cresceram". Segundo o economista, as políticas de recuperação da economia implementadas pelo governo brasileiro tiveram impacto positivo no emprego e salários do país. A OIT considera que o governo brasileiro tomou medidas "decisivas não somente para prevenir a crise, mas também para reforçar a proteção social". Entre elas, o relatório cita o aumento do salário mínimo e as iniciativas para garantir a continuidade de investimentos em infraestrutura, "que tiveram um impacto favorável na demanda por mão-de-obra", na opinião de Patrick Belser. Apesar disso, o economista é cauteloso. "O Brasil conseguiu atravessar o período de crise de maneira memorável, mas já observamos, no primeiro trimestre deste ano, uma queda pronunciada na evolução dos salários e uma estabilização no segundo trimestre. O segundo semestre de 2009 será crucial para determinar se os salários vão seguir tendência de queda ou se irão manter o crescimento", disse. Futuro Os dados publicados são uma atualização do Relatório Mundial sobre os Salários, publicado em 2008 e editado a cada dois anos pela OIT. As novas estatísticas indicam que, apesar dos primeiros sinais de recuperação da economia mundial, a situação dos salários no mundo continua a se deteriorar. Segundo a OIT, o aumento dos salários médios no mundo caiu, passando de 4,3% em 2007 para 1,4% em 2008. Os dados indicam que mais de 25% dos 53 países analisados registraram queda ou estagnação salarial. Para a OIT, no contexto atual, ainda é prematuro falar em recuperação da economia mundial. Segundo Patrick Belser, o desemprego vai continuar a aumentar a curto prazo e os salários vão permanecer estagnados ou em queda em um período de 1 a 2 anos.

Jornal do Brasil

04/11/09
Produção da indústria brasileira sobe pelo 9º mês, diz IBGE
Reuters

Rio de Janeiro, Rodrigo Viga Gaier - O desempenho da produção da indústria brasileira ficou um pouco abaixo do esperado em setembro, mas encerrou o terceiro trimestre com crescimento superior ao do período anterior. A atividade cresceu 0,8% em setembro ante agosto e recuou 7,8% sobre igual mês de 2008, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira. Analistas consultados pela Reuters previam uma alta mensal de 1,1% e uma queda anual de 6,8%. O dado mensal também ficou abaixo da expansão de 1,2% vista em agosto. Na comparação mês a mês, 17 dos 27 setores pesquisados tiveram aumento da produção, com destaque para Máquinas e equipamentos (5,8%) e Veículos automotores (3,5%). Entre as categorias de uso, o setor de bens de capital teve a maior alta em setembro sobre agosto, de 5,8%, seguido por bens intermediários (0,8%). A produção em bens de consumo duráveis e de consumo semi e não duráveis teve queda, de, respectivamente, 1,1 e 0,7%. - A redução no setor de duráveis ocorreu após oito meses de crescimento, que significaram um aumento de 82% nesse período; já a queda na produção de bens de consumo semi e não duráveis interrompeu sequência de dois resultados positivos consecutivos - afirmou o IBGE em nota. Na comparação anual, houve queda em 21 dos 27 setores, sendo as maiores vistas em Veículos automotores (-16,6%) e Máquinas e equipamentos (-20%). As quatro categorias de uso tiveram recuo da produção. O maior ficou com bens de capital (-20,5%), seguidos por bens intermediários (-7,5%), bens de consumo duráveis (-6,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (-3,9%). No acumulado do ano, a atividade industrial registra queda de 11,6%. No terceiro trimestre, houve alta de 4,1% sobre o segundo, e queda de 8,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. - No terceiro trimestre do ano, a produção industrial registrou o segundo resultado positivo na comparação com o trimestre imediatamente anterior... (com) ligeira aceleração do crescimento em relação à taxa registrada no segundo trimestre do ano (3,9%) - disse o IBGE. - O setor industrial vem sustentando resultados negativos no índice trimestral, na comparação com iguais períodos do ano anterior, desde o quarto trimestre de 2008. No terceiro trimestre de 2009, porém, houve uma redução no ritmo de queda. No primeiro semestre do ano, a redução foi de -13,4%, sendo -14,6% no primeiro e -12,3% no segundo trimestre.