quarta-feira, 27 de março de 2013

Energia

Agência Brasil, 27/03/13
Acordo com Eletrobrás-Furnas traz alívio para atletas da ginástica olímpica
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A situação crítica dos atletas da ginástica olímpica no Rio de Janeiro, país sede das próximas Olimpíadas recebeu um sopro de alívio na manhã de hoje (26), após o anúncio de um contrato publicitário da empresa de energia elétrica Eletrobrás-Furnas com a equipe.

O apoio publicitário prevê o direito de uso da imagem, durante dez meses, do técnico Renato Araújo e dos atletas Dani Hipólito, Petrix Barbosa, Sérgio Sasaki, Jade Barbosa e Caio Campos, todos demitidos do Clube do Flamengo há cerca de três meses. O valor do contrato varia entre R$ 70 mil e R$ 80 mil por mês.

O gerente de Comunicação de Furnas, Leandro Rosa, explicou que a empresa sensibilizou-se com as condições dos atletas e espera que, com o contrato, a equipe consiga mais visibilidade e, futuramente, mais patrocínios.

“Esse orçamento está dentro do plano de mídia da empresa ligado a peças publicitárias. Nossa intenção não é de patrocínio. Os atletas não têm nenhuma obrigatoriedade de utilizar a marca Furnas em compromissos externos. Estamos trazendo os atletas para os projetos institucionais de Furnas. Nosso compromisso é com grandes projetos de perspectiva nacional e de não deixar os atletas órfãos”, declarou Rosa.

Apesar do incentivo, os atletas continuam sem local fixo para treinar. Para Diego Hipólito, veterano entre os atletas olímpicos, o apoio veio em boa hora e vai permitir estabilidade financeira aos atletas enquanto não encontram local adequado para a equipe.

“Eu tenho patrocínio, mas alguns aqui estavam sem clube e sem salário. Esse contrato nos dá uma base e uma tranquilidade para que todos possam buscar local em conjunto”, disse Hypolito, ao informar que temporariamente os rapazes estão treinando no Clube Pinheiros, em São Paulo, graças a um acordo firmado entre o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o clube paulista. As meninas continuam sem um local para treinos, mas existe a possibilidade de, após a Páscoa, treinarem no Clube de Curitiba, para a seletiva do grupo nacional.

Os atletas estão preocupados com a proximidade das Olimpíadas, e afirmam que cada dia sem treino é um obstáculo a mais para a conquista de medalhas. Jade Barbosa é uma das atletas que não tem treinado e está preocupada com a seletiva, em duas semanas. “Estamos sem ginásio para fazer um treino básico e temos que nos preparar para as seletivas. Há três meses achávamos que o grupo estava em vantagem sobre os adversários, pois tínhamos toda uma estrutura, agora isso tudo acabou”, lamentou Jade.

“Esperamos que isso se solucione rápido”, disse Diego Hypolito, “pois temos uma Olimpíada no Brasil e se queremos ter resultados, representar bem o país, temos que começar desde já, pois não se conquista uma medalha em um dia, em uma semana, mas em um ciclo e esse ciclo já começou”, declarou Diego Hypolito.

Petrix Barbosa, atual campeão panamericano, agradeceu a empresa e espera que o acordo sirva de exemplo para outras empresas. “Queremos dar orgulho a empresa e agradecer por essa atitude de apostar na nossa equipe. Esperamos que outras empresas possam fazer o mesmo”, completou.

terça-feira, 26 de março de 2013

Portal Ambiente Energia

Energia eólica, mercado de trabalho em alta

O recente anúncio por parte do governo de mais investimentos no setor de energia, ressaltando a atual capacidade de geração e transmissão no Brasil, soou de maneira positiva também no mercado de energia eólica. “Este segmento, que detém a tecnologia necessária para gerar energia renovável por meio da força dos ventos, viveu ótima fase em 2012 e continua apresentando boas perspectivas, inclusive em termos de contratações no mercado executivo”, afirma Leandro Bakaukas, consultor associado da Search Consultoria em Recursos Humanos.

Segundo a Eletrobrás, este ano serão colocados em operação 535,1 MW (megawatts) de geração eólica, o que representa um incremento de 30% na capacidade instalada desse tipo de energia renovável no País. Diante deste contexto, o mercado de trabalho no setor também deve ter expansão em 2013.

“Para atender a demanda crescente, a busca por executivos para a área industrial, em departamentos como de qualidade, manufatura e infraestrutura, aumentou. Houve ainda muitos processos de seleção para áreas de suporte, como finanças e supply chain”, diz Bakaukas.

A Search prevê que a procura por executivos no setor em 2013 deve continuar no mesmo ritmo ou até mais acelerado que em 2012. Algumas boas notícias reforçam as expectativas positivas. O BNDES acaba de liberar um financiamento de R$ 300 milhões para a construção de 15 parques eólicos na Bahia, que terão capacidade para gerar 386 MW (megawatts) e demandarão investimentos totais de R$ 1,4 bilhões.

Entram em operação em 2013 os complexos eólicos do Livramento (78 MW, RS); Miassaba 3 (68,5 MW, RN); Rei dos Ventos 1 e 3 (118,6 MW, RN); Casa Nova (180 MW, BA); Pedra Branca (30 MW, BA); São Pedro do Lago (30 MW, BA) e Sete Gameleiras (30 MW, BA).

Não é só o Nordeste que apresenta um cenário promissor, segundo o consultor da Search. Recentemente, a Secretaria de Energia de São Paulo lançou um mapa que mostra o potencial de geração de energia eólica no Estado. As cidades de Bauru, Campinas e Sorocaba, por exemplo, têm capacidade de atender 5 milhões de residências durante 12 meses, usando apenas a força do vento. “Isso deve contribuir para o aquecimento das movimentações no mercado executivo do setor, pois os investimentos devem gerar uma necessidade ainda maior de contratações de profissionais qualificados em todos os níveis e áreas”, analisa.

Na opinião do consultor, como o segmento ainda está em formação e carece de processos mais sofisticados, há profissionais que já saem na frente na conquista de uma vaga: “Quem apresentar experiência com alto nível de excelência operacional, souber trabalhar em projetos e atue seguindo as melhores práticas estará em vantagem”.

Search-No mercado desde 2007, a Search Consultoria em Recursos Humanos atua em diversos segmentos (industrial, financeiro, de tecnologia, bens de consumo, construção civil, farmacêutico, entre outros) e concentra sua expertise em Recrutamento de Executivos, Assessment (levantamento das habilidades dos executivos face ao conjunto de competências do cliente, identificação dos “gaps” em cada executivo avaliado e definição de um Plano de Desenvolvimento Individual), Mapeamento de Mercado e Coaching para executivos de empresas clientes.

Entre os diferenciais da empresa estão a equipe de consultores altamente qualificada e reconhecida no mercado, com atuação nas maiores companhias e consultorias do País, e a ética no relacionamento com clientes, candidatos, fornecedores e colaboradores. Para atender seus clientes com excelência também fora do País, a Search mantém aliança estratégica com empresas nos Estados Unidos, Argentina, Europa e Ásia.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Trabalho e Sindicalismo

Diap, 25/03/13
Centrais sindicais lançam em São Paulo 1º de Maio Unificado 2013

Este ano a celebração do Dia do Trabalhador será marcada pela comemoração dos 70 anos da conquista da CLT. O lançamento do 1º de Maio Unificado, evento promovido pelas centrais sindicais NCST, UGT, CTB e Força Sindical, vai ser nesta terça-feira (26).

O ato de lançamento ocorrerá às 10h, no Viaduto do Chá, localizado na região central da cidade de São Paulo.

Com o tema “Garantir Direitos e Avançar nas Conquistas”, o 1º de Maio 2013 trará a defesa da jornada de 40 horas semanais sem redução de salários, fim do fator previdenciário, igualdade de oportunidade entre homens e mulheres, política de valorização dos Aposentados, regulamentação da Convenção 151 e ratificação da Convenção 158, ambas da OIT.

Câmara dos Deputados

Em razão do feriado da sexta-feira (29) santa, a Casa legislativa já estará esvaziada na quinta-feira. Os trabalhos em plenário serão intensos na terça (26) e quarta-feira (27) com sessões deliberativas na parte da manhã. Poderá ser votada, em sessão ordinária, a MP 591/12, que fez mudanças na MP 579/12, sobre novas regras para as concessões de energia elétrica. O aumento de cargos para o PSD na Casa pode ser confirmar em sessão extraordinária para concluir a votação do projeto de resolução (PRC) 178/13. Outras dez proposições na área de segurança podem também ser pautados para votação durante a semana encurtada.

CDH

Até terça-feira (26), a Câmara deverá colocar um ponto final na polêmica gerada com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a CDH. Este é o prazo que o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) concedeu ao líder do PSC para resolver o assunto que vem desgastando a imagem da Casa.

Senado Federal

No Senado, o grande destaque é a votação em segundo turno da PEC 66/2012, que garante aos empregados domésticos direitos já assegurados aos demais trabalhadores, como jornada de trabalho definida, horas extras e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), foi aprovada em primeiro turno no último dia 19. Depois da votação em segundo turno, fica restando apenas a promulgação de emenda constitucional.

Seca no Nordeste

A presidenta Dilma Rousseff deve anunciar novas medidas de combate à seca no Nordeste nesta segunda-feira (25). Será durante visitas da presidenta a obras no sertão de Pernambuco. Pela proposta, os recursos serão disponibilizados diretamente para as prefeituras.

Composição do CNJ

O TST receberá, a partir desta segunda (25), as manifestações de magistrados de primeiro e segundo graus interessados em participar da lista de indicados para o Conselho Nacional de Justiça.

Reforma ministerial

A presidente Dilma Rousseff se reúne com o senador e presidente do PR, Alfredo Nascimento, para discutir o espaço da legenda no governo. É possível que a presidente anuncie mudanças no Ministério dos Transportes. O mais cotado para substituir Paulo Sérgio Passos é o senador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP).

Brics

Na quarta-feira (27), a presidente Dilma Rousseff participa da V Cúpula de reunião do Brics, em Durban, na África do Sul. Líderes de Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul vão discutir relatórios preparados por grupos de trabalho liderados pelo Brasil sobre o fundo de reservas proposto, e outro da Índia e da África do Sul sobre a criação de um banco de desenvolvimento conjunto, que forneceria recursos a economias emergentes e em desenvolvimento para projetos de infraestrutura.

Alexandre Tombini

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participará da reunião de ministros de Finanças e de presidentes de Bancos Centrais do Brics, em Durban (África do Sul). Tombini também estará presente na reunião bilateral com o South African Reserve Bank. Tombini retorna ao país na quarta-feira e, no dia seguinte, participa de reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Inflação

O Banco Central divulga, na quinta-feira (28), às 8h30, o Relatório Trimestral de Inflação referente ao primeiro trimestre de 2013. Às 11 horas, haverá entrevista com o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, transmitida ao vivo pela internet pelo BC. (Com Arko Advice)

Veja, a seguir, a previsão dos principais acontecimentos políticos desta semana:

Segunda-feira (25)

- Presidente Dilma Rousseff anuncia, em Pernambuco, pacote de medidas emergenciais para combater os efeitos da seca no Nordeste.

- Direção nacional do PT se reúne com os presidentes de seus 27 diretórios para traçar estratégias de coligações e candidaturas aos governos estaduais e ao Senado, em São Paulo, para evitar tensões com aliados em colégios eleitorais importantes.

- Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, se reúne com Gill Marcus, presidente do Banco Central da África do Sul, em Durban.

- Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, anunciam parceria para criar um Grupo de Trabalho (GT) bilateral São Paulo-Estados Unidos, com o objetivo de desenvolver projetos e programas de cooperação nas áreas de Educação; Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; Segurança e Justiça; Comércio e Investimento e Cooperação bilateral com a África.

- Secretaria do Tesouro Nacional divulgará o relatório mensal da Dívida Pública referente ao mês de fevereiro de 2013.

- Fundação Perseu Abramo lança na Biblioteca Nacional, em Brasília, a partir das 19h30, o documento “Exclusão nos equipamentos culturais e potencial do Vale Cultura no Brasil”. Os dados que fundamentam este estudo são do IBGE e do Ministério do Trabalho e Emprego e apontam a falta de cinemas, bibliotecas, teatros, museus, centros culturais, vídeo locadoras, entre outros por região e por Estados. Mostram também o volume de recursos que será colocado no mercado cultural com esse benefício.

- Tesouro Nacional divulga o relatório mensal da Dívida Pública de fevereiro.

Terça-feira (26)

- Presidente Dilma Rousseff se reúne com o presidente do PR e senador Alfredo Nascimento (AM), para discutir novas mudanças na equipe ministerial.

- Comissão Mista do Congresso que discute a MP dos Portos (595/12) realiza audiência pública com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, da Bahia, Jaques Wagner, e do Rio Grande do Sul, Tarso Genro - Governador do Estado do Rio Grande do Sul.

- Comissão Mista do Congresso que discute a MP 599/12, que cria dois fundos para compensar as perdas dos estados com a unificação da alíquota do ICMS , realiza audiência pública com Carlos Mauro Benevides Filho, Secretário de Fazenda do Ceará, Jáder Rieffe Julianelli Afonso, Secretário de Fazenda Mato Grosso do Sul, Odir Alberto Pinheiro Tonollier, Secretário de Fazenda do Rio Grande do Sul, Renato Augusto Zagallo Villela dos Santos, Secretário de Fazenda do Rio de Janeiro; e Afonso Lobo Moraes, Secretário da Fazenda do Amazonas.

- Comissão Mista do Congresso sobre a MP 601/12 (benefícios fiscais da desoneração da folha de pagamento aos setores da construção civil, do comércio varejista e de serviços navais – manutenção e reparação de embarcações) realiza audiência pública com o diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica, Edmar Bacha, o presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Pedro Luiz Barreiros Passos, e o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo.

- Ex-presidente Lula e o ex-presidente da Espanha Felipe González participam do seminário “Novos Desafios da Sociedade”, organizado pelo Valor, em São Paulo.

- Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participa da reunião de ministros de Finanças e de presidentes de Bancos Centrais do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Durban (África do Sul).

Quarta-feira (27)

- Presidente Dilma Rousseff participa da V Cúpula de reunião do BRICS, em Durban, na África do Sul.

- Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini , retorna ao Brasil após viagem à África do Sul.

- IBGE divulga Índice de Preços ao Produtor – Indústrias de Transformação, mês de referência fevereiro.

Quinta-feira (28)

- Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) faz audiência pública sobre a proposta de regulamento sobre as condições de uso de radiofrequências na Faixa de 698 MHz a 806 MHz. A faixa de 700 MHz é utilizada atualmente pela radiodifusão. O governo pretende com a nova destinação possibilitar a transição da TV analógica para a TV digital.

- Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

- IBGE divulga o desemprego de fevereiro.

- Banco Central divulga resultado do setor público consolidado em fevereiro.

- Banco Central divulga relatório trimestral de inflação.

- Será divulgada a terceira reestimativa do PIB dos EUA relativo ao 4º trimestre.

Sexta-feira (29)

- Feriado nacional (Paixão de Cristo).

sexta-feira, 22 de março de 2013

Energia

Jornal da Energia, 22/03/13
Índios e ribeirinhos paralisam trabalhos em Belo Monte
Movimentos sociais estão proibidos de entrar na obra, mas decisão não é válida para esses manifestantes
Fabiola Binas e Maria Domingues

Os trabalhos em um dos canteiros da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (11.233MW) estão paralisados por conta da ocupação realizada por cerca de 60 pessoas, entre índios, ribeirinhos e colonos da região de Altamira (PA). No canteiro denominado Sítio Pimental, atuam por volta de cinco mil dos 20 mil colaboradores que estão construindo a Usina Hidrelétrica de Belo Monte (11.233MW). A manifestação foi iniciada na manhã desta quinta-feira (21/03).

Para o local das obras, está valendo uma decisão judicial que estabeleceu um intérdito proibitório - ação que visa repelir algum tipo de ameaça à posse - aos principais movimentos sociais que atuam na região de Altamira, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS). Porém, a medida solicitada pela Norte Energia, responsável pela construção e operação Belo Monte, não vale para os manifestantes que se encontram no local.

De acordo com informações da Norte Energia “gerentes e equipe técnica da empresa estão no Sítio Pimental desde o início desta manhã (21/03) conjuntamente com a Força Nacional, dialogando para a desocupação da área”. A companhia diz estar “aberta ao diálogo”, mas afirma que tomará “todas as medidas legais cabíveis para a continuidade do trabalho desocupação da área”. Ainda de acordo com a Norte Energia, nesta quarta-feira (20/03), foram acordadas questões que afetam a área de indígena do local, junto à lideranças da Aldeia Muratú.

Contatados pela reportagem, o MXVPS negou ter relação com o episódio. "O Xingu Vivo apoia a causa, mas não tem relação com a manifestação. Esse é um protesto dos indígenas e dos ribeirinhos", disse a advogada do Movimento, Roberta Amanajas, ressaltando que a ocupação tem como objetivo cobrar as condicionantes não cumpridas pela Norte Energia.

Já a advogada de Direitos Humanos, Maíra Irigaray, esteve no Sítio Pimental e descreveu a situação como "tensa". “As pessoas que estão lá, não vão sair enquanto não houver uma reunião para uma solução”, reforçou. Ela contou ainda que um jornalista, que fazia fotos na área ocupada, foi retirado pela Polícia Federal e deixado em uma das estradas que dão acesso ao canteiro.

De acordo com o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), as atividades foram paralisadas na área, pois no Sítio Pimental há uma grande circulação de máquinas pesadas e caminhões, sendo que os trabalhadores que atuam no local usam equipamentos de segurança, que não são utilizados pelos manifestantes. Logo, as obras forma interrompidas “por motivo de segurança”.

Essa tensão alastra-se desde os primórdios dos trabalhos nos canteiros. As obras já foram paralisadas diversas vezes, sendo que as instalações do CCBM sofreram depredações e até roubo, em um processo que tramita na Polícia Civil do Pará. Por outro lado, na Câmara dos Deputados, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) doTráfico de Pessoas está prestes a recomendar a paralisação da contrução, alegando que a usina provocou a migração de 30 mil a 40 mil pessoas para a região, sem que o município tivesse estrutura para receber tanta gente, o que teria provocado o aumento dos indicadores de violência, do tráfico de drogas e da mendicância.

Além disso, um parecer do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), que tem como objetivo avaliar o andamento dos programas listados no Projeto Básico Ambiental (PBA), cujo cumprimento é uma condição para que as obras da hidrelétrica tenham continuidade, está com parte das ações de reponsabilidae da Norte Energia, avaliadas com o status de “não atendidas” ou “parcialmente atendidas”, conforme relatório emitido pelo órgão no ano passado.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Energia

Jornal da Energia, 20/03/13
Usina nuclear Angra 2 é religada
Unidade apresentou problema em bomba de fluido de controle
Da redação

A usina nuclear Angra 2 (1.350 MW) foi sincronizada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) nesta terça-feira (19/03) às 10h15, após solucionar problema em umas das bombas de fluido de controle da usina. A unidade está em processo de elevação de potência e a previsão é que seu reator atinja 100% ainda hoje.

Angra 2 havia sido desligada na última segunda-feira (18/03) após perda da pressão do fluido de controle da turbina - na parte não nuclear da usina, onde não há radiação. Após verificações e testes, os profissionais da Eletronuclear fizeram o reparo da bomba.

Segundo a estatal, o episódio não apresentou qualquer risco à segurança da usina, aos trabalhadores da empresa, à população ou ao meio ambiente.

terça-feira, 19 de março de 2013

Energia

Jornal da Energia, 19/03/13
EPE projeta investimentos de R$ 14,6 bi para transmissão até 2017
Programa para o período 2013-2017 prevê a construção 10.500 quilômetros de linhas e 21 novas subestações
Da redação

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima em R$14,6 bilhões os investimentos para o setor de transmissão no período de 2013-2017. O montante é 8,1% maior do que os R$13,5 bilhões da versão anterior, que projetava os investimentos de 2012-2016. O valor consta no Programa de Expansão da Transmissão (PET), divulgado nesta segunda-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Segundo a EPE, o plano elenca as linhas e as subestações previstas para entrar em operação no horizonte quinquenal, incluindo empreendimentos anteriormente previstos e novos projetos.

O PET 2013-2017 prevê 10.500 quilômetros de linhas de transmissão, um total de aportes de R$8,4 bilhões. Serão 4.752 quilômetros (R$4,9 bilhões) no Norte, mais 2.705 quilômetros para o Sudeste- Centro Oeste (R$1,5 bilhão), outros 2.418 quilômetros no Nordeste (R$1,5 bilhão) e 625 quilômetros para o Sul (R$500 milhões).

A EPE projeta a construção de 21 subestações nos próximos cinco anos, que juntas somarão R$6,2 bilhões em investimentos, sendo sete no Sudeste/Centro Oeste (R$2,8 bilhões), seis no Norte (R$2,2 bilhões), cinco no Nordeste (R$900 milhões) e três na região Sul (R$300 milhões).

Entre os destaques do programa está o sistema de transmissão associado à usina hidrelétrica de Belo Monte (11.233MW), cuja linha principal, em tensão de 800 quilovolts (kV) em corrente contínua, interligará a subestação Xingu, no Pará, ao Terminal Minas, em Minas Gerais. O empreendimento, cuja entrada em operação é estimada para janeiro de 2017, terá uma extensão de 2.140 quilômetros e capacidade de escoar até 4.000 MW para a região Sudeste. O investimento total previsto para implantação da linha de transmissão e das subestações associadas é de R$ 4 bilhões.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Energia

Jornal da Energia, 15/03/13
Presidente da Eletrobras apresenta esboço de plano de reestruturação ao MME
Costa Neto esteve em reunião com o ministro Edison Lobão nesta quinta 14/03
Por Fabíola Binas, com informações da Agência Brasil

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto esteve na tarde desta quinta-feira (14/3) no Ministério de Minas e Energia (MME), para apresentar, ao ministro Edison Lobão, o primeiro esboço da estratégia de reestruturação da companhia. O plano surgiu da necessidade de adaptar a estatal ao novo cenário do setor após a Medida Provisória 579, que dispõe sobre a renovação das concessões e a redução das tarifas de energia.

Contatada pelo Jornal da Energia, a assessoria da estatal confirmou que o executivo se encontrava em reunião no ministério até o início da noite, mas não forneceu detalhes sobre o assunto. Porém, Costa Neto já havia afirmado no mês passado que o esboço do plano de reestruturação estaria quase pronto, e que a apresentação ao governo aconteceria no início deste mês. Segundo o presidente da empresa, a ideia era focar em uma redução de gastos da ordem de 30%, com o intuito de obter um aumento de receitas na mesma proporção. Além disso, uma nova estrutura de negócios seria sugerida, de modo que ela pudesse obter um ganho substancial de eficiência.

O mercado chegou a cogitar que a Eletrobras venderia parte de suas distribuidoras, porém o presidente da companhia apenas mencionou que ofereceria "diversas opções para que o governo escolha”. Após a aprovação do governo, acionista controlador, o plano ainda tem que ser apreciado pelo conselho de administração da empresa.

Hoje, os papéis da companhia apresentaram forte queda no pregão desta quinta-feira da BM&FBovespa. As ações ON (ELET3) caíram 4,55%, a R$6,92. AS PNBs, por sua vez, retraíram 3%, negociadas a R$12,28.

Distribuição

A Eletrobras comunicou hoje a abertura de uma licitação internacional para implementação do Projeto Energia+, que conta com recursos do Banco Mundial, para desenvolver ações para objetivo de melhorar o desempenho e a gestão das subsidiárias de distribuição. A empresa chegou a realizar audiências públicas representantes de fornecedores para esclarecer dúvidas e receber contribuições sobre o fornecimento e implantação de infraestrutura de medição avançada, entre outros aspectos técnicos.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Energia

Agência Brasil, 13/03/13
Eletropaulo já recebeu R$ 13,5 milhões em multas por má prestação de serviços
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Eletropaulo, concessionária que fornece eletricidade para 24 municípios paulistas, incluindo a capital, recebeu desde 2011 R$ 13,56 multas da Fundação Procon de São Paulo por má prestação de serviços. Foram três autuações: a primeira e maior multa foi aplicada em 2011 (R$ 6,48 milhões).

Em 2012 e em janeiro deste ano foram mais duas autuações no valor de R$ 3,54 milhões por problemas que incluem interrupção do fornecimento de energia ou não reembolso dos consumidores que tiveram prejuízos com as quedas de energia. A empresa recorreu de todas as penalidades e nenhuma foi paga até o momento.

Após os problemas no fornecimento na Grande São Paulo apresentados no 14 de fevereiro, o Procon abriu mais um processo que pode resultar em uma multa de até R$ 6, milhões. Na ocasião, além de deixar consumidores até 17 horas sem energia, um falha tirou do ar, por cerca de seis horas, o serviço telefônico de atendimento ao consumidor (SAC).

A Eletropaulo responsabilizou a empresa que faz gestão dos sistemas de informação do SAC pela falha. A concessionária disse ainda que deixou à disposição dos clientes outros canais de atendimento, como as mensagens por celular, as lojas físicas e a página na internet. “Mas é evidente que se o consumidor não tem energia na sua casa, como ele vai acessar a internet?”, indaga o diretor de Fiscalização do Procon, Márcio Marcucci. “Independentemente da causa que gerou a indisponibilidade do SAC, a Eletropaulo responde perante os consumidores”, acrescentou sobre as justificativas da concessionária.

O Procon recomenda que em caso de prejuízo causado pela falta de energia, o consumidor procure a empresa responsável pelo serviço para fazer a reclamação. Entre os danos que podem ser reclamados estão desde aparelhos eletroeletrônicos queimados, produtos que necessitam de refrigeração e estragaram e problemas para entrega de trabalhos que dependiam da eletricidade para serem concluídos.

A Eletropaulo orienta que os pedidos de indenização sejam feitos pela página na internet ou pelos formulários distribuídos nas lojas conveniadas. A consumidor deve reunir o máximo de informações sobre o caso, detalhes sobre o aparelho danificado, horário da ocorrência e o problema apresentado pelo equipamento. Após perícia técnica, a empresa concederá a indenização ou apresentará uma justificativa por escrito com as razões do indeferimento do pedido.

Caso os canais oferecidos pela empresa não atendam adequadamente o consumidor, a pessoa que se sentir prejudicada pode procurar o Procon ou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

segunda-feira, 11 de março de 2013

Energia

Portal Ambiente Energia
Inovação em energia projeta R$ 47,28 milhões em 2013

Os R$ 47,28 milhões previstos para o Fundo Setorial de Energia (CT-Energ) devem apoiar projetos nas áreas de hidrogênio, biocombustível, smart grid, sistemas fotovoltaicos e LEDs, geração eólica, combustão e eficiência energética. Em sua 32ª reunião ordinária, nesta quarta-feira (6), no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), o comitê gestor do fundo aprovou editais com previsão de lançamento neste semestre.

Presidente do colegiado, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Alvaro Prata, ressaltou a necessidade de impor mais agilidade na execução dos recursos. “Cabe a nós simplificar os processos, para fazer com que o dinheiro seja colocado o mais rápido possível à disposição de quem executa”, reconheceu.

O atual projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA), em trâmite no Congresso Nacional, prevê R$ 78,55 milhões para o CT-Energ, a serem distribuídos entre taxas e despesas administrativas, compromissos de anos anteriores e os cerca de R$ 47 milhões disponíveis para 2013. O montante coloca o setor de energia como o dono do quinto melhor orçamento dos 15 fundos setoriais que integram o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico (FNDCT).

As áreas apoiadas foram definidas na última reunião do comitê, com base em seminário realizado em dezembro de 2012, também no CNPq. Considerados “estruturantes” pelo colegiado, hidrogênio, biocombustível, smart grid, sistemas fotovoltaicos e LEDs devem dividir R$ 30 milhões. Já para geração eólica, combustão e eficiência energética, estão previstos R$ 10 milhões. “Com os R$ 7 milhões restantes, nossa estratégia foi alavancar mais recursos, como os R$ 230 milhões destinados a ações transversais da secretaria”, explicou Prata.

Se confirmados, esses R$ 230 milhões atenderiam os seis programas estruturantes da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec): Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e aos Parques Tecnológicos (PNI), nanotecnologia, terras raras e, particularmente, energias renováveis, com R$ 35 milhões.

Novos editais - À frente da equipe técnica responsável pelas propostas de apoio às áreas, o coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do MCTI, Adriano Duarte, lembrou os dez anos do Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Economia do Hidrogênio (ProH2). “Os convênios terminaram em 2012 e a ideia é lançar um edital para dar continuidade a esses grupos de pesquisa”, informou.

Segundo Duarte, há previsão de “ações casadas” com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel/MME) em smart grid – redes inteligentes de eletricidade –, sistemas fotovoltaicos e LEDs e geração eólica, voltadas à formação de recursos humanos e à capacitação de laboratórios. O trabalho para desenvolver no país a energia movida a vento teria como ponto de partida publicação do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em que universidades, empresas e governo mapearam os gargalos do setor.

Em biocombustíveis, o apoio se concentraria na indústria de matéria-prima, especialmente com microalgas, pela possibilidade de o Brasil tomar a vanguarda mundial em pesquisas do gênero. Já em eficiência energética, as ações contemplariam certificação de edifícios, em parceria com a Eletrobras – Centrais Elétricas Brasileiras. Na “fase de colher protótipos”, conforme chamou Duarte, a Rede Nacional de Combustão (RNC) lidera as pesquisas em sua área.

Documentos - A exemplo do comitê gestor do Fundo Setorial de Recursos Minerais (CT-Mineral), reunido na segunda-feira (4), o colegiado do CT-Energ discutiu suas propostas de regimento interno e manual operativo, além de um documento de diretrizes em elaboração pelo CGEE. De acordo com a coordenadora-geral da Assessoria de Coordenação dos Fundos Setoriais (Ascof), Elianne Prescott.,os códigos devem atender às especificidades de cada fundo, sem desobedecer às normas gerais do FNDCT, regulamentado pela Lei 11.540.

Compõem o colegiado representantes do MCTI, do Ministério de Minas e Energia, da Aneel, da Finep – Agência Brasileira da Inovação (vinculada ao MCTI), do CNPq, da comunidade científica e tecnológica e do setor produtivo. Novas reuniões foram marcadas para os dias 19 de junho, 11 de setembro e 4 de dezembro.

Fonte: MCT

sexta-feira, 8 de março de 2013

Energia

Jornal da Energia, 08/03/13
MPF cobra rigor da Funai contra Norte Energia
Órgão deu até 20 dias para que fundação tome medidas que resolvam situação de sua sede e garantam o cumprimento das condicionantes da Norte Energia

O Ministério Público Federal recomendou à Fundação Nacional do Índio (Funai) melhorias urgentes no atendimento aos índios na região de Altamira e mais rigor na fiscalização das responsabilidades da Norte Energia expressamente previstas como condicionantes no licenciamento de Belo Monte. Em vistoria no prédio da Fundação em fevereiro, perito do MPF constatou um ambiente caótico, sujo, sem condições dignas para os servidores e para os indígenas.

A licença de instalação concedida à Norte Energia estabeleceu que o empreendimento só teria viabilidade se houvesse “maciço e imediato investimento governamental” com a contribuição do empreendedor para o fortalecimento institucional da Funai, em virtude dos severos impactos provocados por Belo Monte e diante da incapacidade do escritório local de atender as demandas das populações indígenas.

Logo depois de receber a licença, a Norte Energia chegou a assinar um termo de compromisso com a Fundação em que estava previsto o dito fortalecimento institucional, incluindo a construção de uma nova sede para a Funai em Altamira, a contratação de equipe técnica, doação de equipamentos, material de consumo e prestação de serviços de manutenção. Mas o compromisso, considerado pelo MPF como insuficiente mesmo se fosse cumprido, expirou no ano passado, com execução apenas parcial. A nova sede nunca ficou pronta.

No ano passado, o MPF abriu um inquérito civil depois de receber manifesto dos servidores da Funai relatando as precárias condições de trabalho e a incapacidade do órgão indigenista de atender aos índios afetados por Belo Monte. Durante o inquérito, as procuradoras da República Thais Santi e Meliza Barbosa requisitaram informações à presidência da Funai, sem resposta.

Diante do silêncio da presidência, os mesmos questionamentos foram dirigidos então à Coordenação Regional Centro-Leste do Pará, da Funai, responsável pela região do médio Xingu. “A unidade da Funai não está em condições adequadas para atender as demandas decorrentes dos impactos causados pelo empreendimento”, foi a resposta, que ainda assinalava que “não ocorreu o fortalecimento institucional da Funai em Altamira, e sim, o seu enfraquecimento”.

Para o MPF, o inquérito revelou uma “realidade inaceitável”, de responsabilidade da Funai e da Norte Energia. A Funai deve adotar medidas administrativas tanto para garantir o fortalecimento institucional quanto para garantir que a Norte Energia cumpra suas obrigações socioambientais. A presidente da Fundação Marta Azevedo tem prazos de sete a 20 dias para tomar medidas para resolver a situação da sede, garantir o cumprimento das condicionantes e informá-las ao MPF.

“Em caso de impossibilidade de cumprimento da presente recomendação por vontade exclusiva do empreendedor, a Funai deverá comunicar oficialmente tal fato ao Ministério Público Federal”, concluem os procuradores Thais Santi, Meliza Barbosa, Ubiratan Cazetta e Felício Pontes Jr, signatários da recomendação.

Além disso, o MPF recomendou que Funai apresente relatório detalhado sobre a demanda excedente da Coordenação Regional Centro-Leste do Pará gerada pela construção da usina de Belo Monte; e que avalie a conveniência de notificar à Advocacia Geral da União quanto à necessidade da presença constante de um procurador federal da Funai em Altamira.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Energia

Canal Energia
STF inicia discussões sobre campos eletromagnéticos na transmissão
Audiências públicas discutem os efeitos na saúde e a possibildiade de redução do campo em áreas habitadas
Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
06/03/2013

O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta quarta-feira, 6 de março, as discussões sobre os efeitos dos campos magnéticos das linhas de transmissão na saúde da população e a possibilidade de redução dos limites existentes atualmente. As audiências públicas, que acontecem até a sexta-feira, 8, foram convocadas pelo ministro José Antonio Dias Toffoli, que relata recurso extraordinário impetrado pela AES Eletropaulo (SP) contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que determinou a redução do campo eletromagnético em linhas de transmissão próximas a dois bairros da capital paulista.

Os agentes do setor elétrico defenderam nas apresentações que os limites adotados no Brasil seguem as normas aplicadas pela Organização Mundial de Saúde. O padrão é que os campos não podem passar de 83 microteslas para a população geral. Tesla é a unidade que mede os campos. Eles mostraram preocupação com a reivindicação de reduzir os campos eletromagnéticos sobre os custos de expansão do sistema. Além disso, reforçaram que não há estudos comprobatórios que liguem a radiação emitida pelos campos a casos de câncer.

O superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição da Agência Nacional de Energia Elétrica, Carlos Alberto Mattar, afirmou que é “praticamente inexistente” no Brasil instalações de linha de transmissão elétrica fora dos limites permitidos de exposição a campos eletromagnéticos. “Apenas duas instalações [das que estão medidas e cadastradas] tinham algum plano de adequação e essas instalações já foram adequadas”.

Segundo Mattar, a Comissão Internacional de Proteção Contra a Radiação Não Ionizante (ICNIRP) alterou recentemente os limites de medição para um nível maior - 200 microteslas para a população em geral e 1.000 microteslas para a população ocupacional. “Se utilizarmos esses novos parâmetros, não teremos nenhuma instalação fora dos limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde”, afirmou.

Ele acrescentou que a Aneel fará uma audiência pública para debater esses novos limites estabelecidos pela ICNIRP, a exemplo do que ocorreu quando da edição da instrução normativa 398/2010 da agência, que define as formas como os agentes de geração de transmissão e distribuição devem apresentar os resultados das medições dos campos magnéticos.

O vice-presidente de Operações e Comercial da AES Eletropaulo, Sidney Simonaggio, defendeu que a empresa adota os parâmetros internacionais. Em relação as linhas em questão, o executivo disse que elas foram construídas nos anos 1930, longe de área urbana, mas a expansão da cidade se aproximou com a expansão. Mesmo assim, os níveis de emissão estão abaixo dos limites estabelecidos.

Simonaggio explicou que entre as alternativas para baixar os níveis de exposição para 1 microtesla a 1,5 metro do chão, como está sendo pleiteado, seria necessário elevar a altura das torres de transmissão de 11 metros para até 50 metros, pois não há como encapsular os fios de forma a conter o campo magnético. Outra possibilidade seria aumentar a profundidade dos cabos enterrados, hoje a cerca de dois metros, para 11 metros. “Estaríamos drenando a economia de uma sociedade para construir uma estrutura para ter um fornecimento de energia elétrica muito além do que seria necessário dentro do limite seguro”, disse.

De acordo com o vice-presidente, a construção de linhas no modelo atual custa hoje R$ 3 milhões por quilômetro, subindo para R$ 13 milhões por quilômetro, se forem elevadas a 50 metros e R$ 23 milhões se forem subterrâneas. Ele alega que, se todas as linhas de transmissão da empresa tiverem que ser adequadas ao modelo proposto, o custo chegará a R$ 10 bilhões.

Falaram ainda na audiência pesquisadores e defensores dos direitos dos consumidores que apoiaram a tese da redução dos campos eletromagnéticos. o pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz e coordenador do programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, Sergio Koifman, explicou que a OMS suspeita que a proximidade das linhas de alta tensão estejam ligadas aos casos, mas que, no entanto, ainda não há uma confirmação. “É o acúmulo de evidências que vai dar uma direção. O que se costuma fazer nessas situações é, na medida em que existem suspeições, em que existem evidências, procurar se limitar o tipo de exposição. Evitar a exposição desnecessária a algo que se suspeita como danoso à saúde”, concluiu.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Energia

Jornal da Energia, 06/03/13
Blog da Energia: perspectivas para o mercado de energias renováveis
Para especialistas da Frost & Sullivan, desenvolvimento do mercado renovável depende de mais incentivos governamentais
Da redação

O post desta semana no Blog da Energia explora as perspectivas para o mercado de energias renováveis na América Latina. Segundo Juliana Passadore, analista da consultoria internacional Frost & Sullivan, espera-se que esse mercado aumente em 35GW até 2020. No entanto, devido ao custo mais elevado das fontes renováveis, esse crescimento passa pela implementação de incentivos governamentais.

Clique em http://www.jornaldaenergia.com.br/blog/ para acessar a íntegra da análise escrita pela consultora Juliana Passadore. O Blog da Energia é uma parceria entre o Jornal da Energia e a consultoria internacional Frost & Sullivan.

terça-feira, 5 de março de 2013

Energia

Jornal da Energia, 05/03/13
Angra I está programada para retomar operação nesta quinta,7
Usina nuclear ficou 61 dias sem gerar energia
Por Wagner Freire

A usina nuclear de Angra 1 está programada para retomar a operação nesta quinta-feira (7/3). Segundo a Eletronuclear, responsável pela operação da usina, esta é a data informada ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para que a unidade atômica volta à injetar energia no Sistema Interligado Nacional, agregando mais 640MW de potência à rede.

Angra 1 está localizada no Rio de janeiro, na cidade de Angra dos Reis. Desde o dia 5 de janeiro, a usina estava inoperante por causa de uma parada programada para troca da tampa do reator e reabastecimento de combustível. A manutenção custou aproximadamente 27 milhões de dólares.

Além dessas duas atividades, foram realizadas inspeções nas turbinas, nos geradores elétricos, nas bombas de refrigeração do reator, entre outras verificações de segurança.

No total, a usina deixou de gerar energia por 61 dias, cinco a mais do que o previsto (56) – isso caso seja confirma a previsão de retorno à operação da unidade nuclear.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Canal Energia

Investimentos de Furnas chegam a R$ 2,393 bilhões em 2012
Parque gerador recebeu R$ 1,7 bilhão, destacando as parcerias de Santo Antônio e Teles Pires
Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças
28/02/2013

Furnas investiu 91% do orçamento previsto de R$ 2,63 bilhões em 2012, sendo a maior realização de investimentos dos últimos 12 anos, representando R$ 2,393 bilhões. Do orçamento total, R$ 665 milhões foram investidos no reforço e manutenção e implantação de novos empreendimentos de transmissão. Outros R$ 265 milhões foram investidos na área de meio ambiente e infraestrutura. O parque gerador recebeu cerca de R$ 1,7 bilhão, destacando-se as parcerias nas usinas de Santo Antônio e Teles Pires e as conclusões de Simplício e Batalha. No ano passado, a empresa realizou 33 obras de modernização e reforço em 13 subestações, como parte do seu Plano Geral de Empreendimentos de Transmissão em Instalações em Operação.

Nesta quinta-feira, 28 de fevereiro, Furnas completa 56 anos de existência e passa também por um processo de reestruturação, com o objetivo de adequar a companhia à MP 579, agora Lei 12.783/2013. "Nosso objetivo é que a reestruturação resulte em uma empresa mais ágil, enxuta e em condições de competir em um modelo de negócios que prioriza a modicidade tarifária. Nesse meio tempo, não deixaremos de fazer os investimentos necessários", afirmou Flavio Decat, presidente de Furnas.

O processo de reestruturação teve início em agosto de 2011 com a criação de uma diretoria de Negócios, dedicada à formação de parcerias, busca de novos empreendimentos rentáveis, participação em leilões, gestão societária das 35 Sociedades de Propósito Específico das quais a empresa participa, comercialização de energia e serviços. As antigas diretorias de Engenharia e de Construção foram fundidas em uma única diretoria de Expansão. A diretoria de Operação foi desonerada de atribuições administrativas e de suporte, e as diretorias Financeira e de Gestão foram otimizadas, com a criação de um Centro de Serviços Compartilhados.

De acordo com a empresa, no ano passado, uma parceria com o BID possibilitou a realização do projeto PRO-Furnas, que tem o objetivo de elaborar uma estrutura organizacional de referência no mercado internacional. O PRO-Furnas já desenvolveu um diagnóstico da situação da empresa e a previsão para a conclusão dos trabalhos de reestruturaçao é abril de 2013.

O ajuste do quadro funcional da empresa está sendo feito por meio do Plano de Readequação do Quadro de Pessoal, para desligamento voluntário de empregados aposentáveis. Por meio de acordos com a Federação Nacional dos Urbanitários e o Ministério Público do Trabalho, com aprovação do Tribunal de Contas da União e do Superior Tribunal, foi viabilizada a saída escalonada dos empregados terceirizados.