sexta-feira, 27 de abril de 2012

Jornal da Energia

Jornal da Energia, 27/04/12
MME apresenta balanço energético até 11 de maio
Relatório usará informações referentes ao exercício de 2010
Da redação

O Ministério de Minas e Energia vai apresentar até 11 de maio o Balanço Energético Nacional (BEN), segundo despacho publicado nesta quinta-feira (26/04) no Diário Oficial da União. O relatório terá como enfoque as estatísticas energéticas relativas ao exercício de 2010, com o intuito de aprimoramento da informação.

O relatório sobre os processo de elaboração do BEN deverá ser apresentado até 1º de junho, contendo a revisão das notas técnicas sobre critérios de depuração de dados, a revisão das cadeias energéticas, a complementação de notas técnicas e uma proposta de regulamentação dos processos.
Elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anualmente, o documento divulga, através de extensa pesquisa, toda a contabilidade relativa à oferta e ao consumo de energia no Brasil, contemplando atividades e operações ligadas à exploração e produção de recursos energéticos primários, à conversão em formas secundárias, às contas de importação e exportação, à distribuição e ao uso final da energia.
Segundo a própria EPE, o BEN é "o mais tradicional" estudo do setor energético brasileiro e "de fundamental importância para as atividades de planejamento e acompanhamento" da área.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Energia


Canal Energia
Indefinição sobre concessões pode afetar contratos de energia existentes já em 2013
Em documento, a Apine adverte para a necessidade de aprovação das regras ainda este ano e diz que descontratação pode atingir 9 mil MW médios em janeiro
Sueli Montenegro, da Agência CanalEnergia, de Brasília, Regulação e Política
25/04/2012
O Congresso Nacional terá que discutir e votar ainda este ano uma possível proposta do governo em relação às concessões do setor elétrico que vencerão a partir de 2015, dada a existência de um montante significativo de energia "velha" que estará descontratada a partir de janeiro de 2013. Serão mais de 17 mil MW médios, dos quais 9 mil MW médios terão seus contratos expirados no ano que vem; 6.800 MW médios em 2014 e 1.300 MW médios em 2015.


O alerta é da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, que divulgou oficialmente nesta quarta-feira, 25 de abril, a agenda legislativa da associação para 2012. No documento, a associação enfatiza que a situação terá de ser equacionada no primeiro semestre do ano, porque nos últimos seis meses o governo terá de programar novo leilão para a recontratação de boa parte da energia existente, com início de suprimento em 2013.


O presidente do Conselho de Administração da Apine, Luiz Fernando Vianna, destaca em entrevista à Agência Canal Energia a importância de uma solução rápida para as concessões, uma vez que a pauta do Legislativo estará comprometida em razão do ano eleitoral e pouca coisa deverá ser votada em 2012.


Na carta de apresentação da agenda, Vianna lembra que não é posível esperar mais por uma solução, "pois cerca de 20% da capacidade instalada do Brasil está ligada às concessões de geração que vão expirar em 2015" e não têm sequer "previsão legal de renovação ou prorrogação". O documento com os cinco temas considerados prioritários pelos produtores independentes de energia foi entregue pela Apine a parlamentares, durante café da manhã no restaurante do Anexo IV da Câmara.


Além das concessões, a agenda trata da situação do gás na matriz eletrica brasileira, da carga tributária incidente sobre o setor, da ampliação do mercado livre de energia e da construção de eclusas - estrutura que permite o passagem de embarcações, por meio do nivelamento da água da represa - em empreendimentos hidrelétricos.


Responsável na Apine pelo acompanhamento da pauta do gás, o gerente de Regulação da Geração da CPFL, Galdino Lamas de Barros, explica que a ideia da associação é fazer um levantamento completo que possa subsidiar o desenvolvimento de um marco regulatório para o setor energético, com foco na produção de energia elétrica. "A gente quer um enfoque diferenciado na matriz elétrica. Hoje, a Petrobras é a dona do processo e você não sabe, quando vai a leilão, se vai ter gás", afirma Galdino Barros.


Ele conta que a associação deverá apresentar no segundo semestre um projeto de pesquisa e desenvolvimento à Agência Nacional de Energia Elétrica que terá como meta fazer um levantamento, em 24 meses, de todo o histórico de utilização do gás no setor elétrico brasileiro. O estudo feito por uma universidade brasileira, com o suporte de consultoria internacional a ser contratada, deverá identificar os entraves que impedem o desenvolvimento das termelétricas a gás no país. Nesse período, serão feitas visitas a mercados da Europa, para ver como essas experiências podem ser adequadas ao mercado brasileiro. O resultado será uma proposta concreta para o segmento.


Na questão das eclusas, a Apine manifesta preocupação em como serão alocados os custos decorrentes da construção dessas estruturas e na definição de pontos considerado críticos pelos geradores. Denise Sabbag, conselheira da associação, diz que é necessário definir quem ficará responsável pelo empreendimento e de onde virão os recursos para financiar as eclusas. Ela acrescenta que é necesssário evitar impactos sobre o preço da energia produzida na usina.


O consultor de Planejamento Comercial, Assuntos Regulatórios e de Mercado da Tractebel Energia, Luiz Fernando Wachelke, que cuida do item relacionado ao mercado livre, explica que a Apine defende a flexibilidação das regras para a entrada de novos consumidores nesse segmento. Pela proposta da entidade, essa flexibilização significa reduzir de 3 MW para até 1 MW o limite de carga exigido para o enquadramento de consumidores como potencialmente livres, assim como o fim da exigência do limite mínimo de tensão de 69 kV.


Wachelke acredita que essas medidas poderão ampliar o mercado potencial, hoje de 32%, para 41%. E permitir a migração de pequenas indústrias e de instalações comerciais como shopping centers, que passariam a negociar diretamente com seus supridores as condições que melhor atendem sua necessidade de suprimento de energia. No último item da pauta, a associação destaca o peso dos tributos e encargos setoriais incidentes sobre a energia elétrica, que chegam a 45,08% do custo total da tarifa, segundo dados de 2008. E solicita a atuação do Legislativo na redução e na simplificação dos impostos cobrados de quem usa essa energia.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Energia


Agência Brasil, 25/04/12
Eletrobras assume controle da Celg com previsão de investir R$ 1 bilhão na empresa, segundo governador goiano
Da Agência Brasil
Brasília – Com a mudança de controle acionário definida hoje (24), o governador de Goiás, Marconi Perillo, estimou investimentos de até R$ 1 bilhão da Eletrobras na distribuidora de energia goiana Celg, nos próximos cinco anos. Perillo participou da assinatura do acordo que prevê participação majoritária (51%) da Eletrobras na empresa.


O evento foi realizado hoje no Ministério de Minas e Energia e contou com a participação do ministro Edison Lobão e do presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto.


O saneamento da empresa, entretanto, vai significa energia mais cara ao consumidor goiano. De acordo com Perillo, a negociação vai permitir que a Celg regularize sua situação financeira junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e assim volte a aplicar reajustes tarifários. Por causa da inadimplência, ela estava impedida de reajustar suas tarifas.


"Também estamos planejando a construção de 37 novas subestações, sendo quatro delas nos próximos 12 meses. De imediato, vamos atender à cidade de Trindade e depois às regiões de Caldas Novas e Luziânia, no entorno do Distrito Federal", afirmou o governador.


A participação da Eletrobras no processo de saneamento financeiro da Celg foi anunciada no final do ano passado com a assinatura de protocolo de intenções que garantia a participação majoritária da Eletrobras na estatal goiana.


O protocolo já previa o controle da Eletrobras por meio da aquisição de 51% das ações ordinárias do capital da companhia. O governo de Goiás, que detinha cerca de 99% das ações da Celg Distribuição S.A. (Celg-D), ficará com os outros 49%.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Energia


Canal Energia
Cemig é a maior empresa do setor elétrico na América Latina
Empresa mineira agora vale US$ 16 bilhões e ações se valorizaram 43% em 2012
Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas
23/04/2012 
A Cemig ultrapassou a Eletrobras e desde a última quinta-feira, 19 de abril, é a empresa com maior valor de mercado do setor elétrico da América Latina, segundo relatório da consultoria Economática. A Cemig agora vale US$ 16 bilhões. Até o final de 2010, a Eletrobras liderava o ranking e a Cemig ocupava a quinta posição. As ações preferenciais da Cemig já se valorizaram 43% em 2012, enquanto o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo cresceu 10,3%.


Quem vem logo atrás da Cemig no ranking é a chilena Endesa, que vale US$ 15 bilhões, sendo seguida pela CPFL Energia,com valor de mercado de US$ 13 bilhões. Em quarto lugar vem a também chilena Enersis, valendo US$ 12,9 bilhões. A Eletrobras, que outrora chegou a ser a mais valiosa, agora ocupa a quinta colocação, valendo US$ 12 bilhões.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Energia

Jornal da Energia, 20/04/12
Furnas envia técnicos à China para avaliar parceria eólica
Empresa analisa projetos onshore e offshore no oriente junto à Three Gorges CorporationPor Luciano Costa
O presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, autorizou o envio de dois gerentes e dois engenheiros de Furnas à China para "aprofundar os estudos técnicos" referentes a projetos eólicos no país. A missão, entre 20 e 30 de abril, vai analisar uma possível parceria com a empresa local China Three Gorges Corporation.
A estatal brasileira tem um memorando de entendimento com a companhia para o investimento conjunto em usinas eólicas comuns, chamadas onshore, e offshore, que são instaladas em alto mar.
Em março, Furnas havia confirmado ao Jornal da Energia o interesse em ter até 30% de uma usina de 200MW a ser construída na costa leste chinesa. No alvo estão também duas plantas em terra - uma com 28,5MW e outra com 49MW, ambas na fronteira da China com o Laos e o Vietnã, no alto de montanhas.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Energia

Jornal da Energia, 19/04/12
Chesf registra maior lucro no Sistema Eletrobras, com R$1,5 bilhão
Empresas de geração e transmissão fecham no azul;
setor de distribuição segue no vermelho
Por Luciano Costa
A Eletrobras apresentou nesta quarta-feira (18/4) as demonstrações financeiras relativas a 2011, quando o lucro subiu 66% frente a 2010 e chegou a R$3,7 bilhões. O resultado foi puxado pelas subsidiárias que atuam em geração e transmissão de energia, que somaram lucros de R$2,3 bilhões. Por outro lado, a área de distribuição da companhia somou um prejuízo de R$931 milhões. Embora no vermelho, as concessionárias foram melhor que em 2010, quando as perdas passaram de R$1,6 bilhão.
Os ganhos foram liderados por Chesf, com R$1,5 bilhão - ainda assim, um resultado abaixo dos R$2,1 bilhões de 2010. Já a Eletronuclear, com o segundo maior lucro, de R$307 milhões, reverteu o prejuízo de R$119 milhões que havia registrado no ano anterior. Furnas, com R$260 milhões, teve retração frente aos R$636 milhões auferidos em 2010. Em seguida aparecem Eletrosul, com lucro de R$105 milhões, Eletronorte, com R$58 milhões e CGTEE, com R$17 milhões.
A receita operacional dessas subsidiárias foi de R$22,5 bilhões em 2011, contra R$20,2 bilhões em 2010. Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$5,8 bilhões frente a R$6,1 bilhões do ano anterior. As empresas Eletrobras somam 41,4GW em potência instalada de geração, liderada por Chesf (10,6GW), Furnas (9,6GW) e Eletronorte (9,1GW). Em linhas de transmissão são 52,2 mil quilômetros, sendo 17,9 mil km da Chesf e 17 mil km de Furnas.
DistribuiçãoAs concessionárias do setor administradas pela Eletrobras somaram uma receita operacional líquida de R$4 bilhões, pouco superior aos R$3,8 bilhões de 2010. Das cinco companhias, apenas uma, a Eletrobras Piauí, teve lucro, de R$42 milhões. A Eletrobras Acre, porém, não aparece no balanço, porque ainda não encerrou as demonstrações financeiras de 2010.
A Amazonas Energia continua liderando as perdas, com R$625 milhões neste ano - o valor, porém, é quase metade do prejuízo de 2010, de R$1,3 bilhão. Houve prejuízos também nas subsidiárias de Alagoas (R$45 milhões), Rondônia (R$129 milhões) e Roraima (R$174 milhões). Essas empresas, contando ainda com a Eletrobras Acre, totalizam 187,2 mil km em linhas de distribuição e atendem 3,4 milhões de clientes em 463 municípios.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Energia

Canal Energia
Brasil deixará de aproveitar cerca de 100 GW do potencial hidrelétrico, segundo Eletrobras
Principal fator seriam os movimentos contra essas usinas, de acordo com Carvalho Neto
Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão
17/04/2012

Os movimentos contra as usinas hidrelétricas podem fazer com que o Brasil deixe de aproveiar parte do seu potencial hidraulico. Segundo José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras, dos 260 GW que o país tem de potencial hidrelétrico, entre 150 GW e 160 GW deverão ser utilizados.Ele disse que mesmo que a maior parte da população seja a favor dessas usinas, a minoria fala mais alto quando se trata da construção de hidrelétricas. "Tenho a impressão de que 98% da população são a favor das hidrelétricas e 2% são contra. Mas esses 2% falam muito mais alto", comentou o executivo, que participou de um evento no Rio de Janeiro.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Energia

Eletrobras lucra R$ 3,733 bilhões em 2011
Resultado é 66,1% superior aos R$ 2,248 bilhões registrados em 2010.
Dividendos vão corresponder a 50% do lucro líquido ajustado
Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia,
Investimentos e Finanças 16/04/2012
A Eletrobras antecipou nesta segunda-feira, 16 de abril, que registrou um lucro líquido de R$ 3,733 bilhões em 2011, 66,1% superior ao resultado de R$ 2,248 bilhões do ano anterior. As demonstrações detalhadas da empresa, contudo, serão divulgadas após o encerramento dos negócios das bolsas de valores da próxima terça-feira, 17. Segundo a Eletrobras, o adiamento na liberação dos resultados completos, prevista para hoje (16), decorreu de alteração da proposta de distribuição da remuneração aos acionistas, que foi elevada para 50% do lucro líquido ajustado do exercício.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Energia

Jornal da Energia, 14/04/12Estudo coloca Brasil no top 10 mundial de energia limpaPaís acelera crescimento da geração eólica e se torna líder global em capacidade instalada de biomassaPor Luciano Costa
A expansão eólica, junto com as usinas a biomassa, pequenas hidrelétricas e biodiesel, coloccou o Brasil no top 10 mundial de energia renovável. A nova posição do País aparece no relatório Who´s winning the clean energy race? (Quem está ganhando a corrida da energia limpa), produzido pela Pew Charitable Trusts, organização dedicada a estudos e análises ligadas a políticas públicas.Em 2011, o País recebeu investimentos de US$8 bilhões nessas fontes, com a instalação de 400MW eólicos e 1,9GW a biomassa. Com isso, o Brasil apareceu na décima colocação entre os países com mais aportes no setor - em uma lista que ainda inclui o "Resto da Europa" em quinto lugar.Os recursos destinados à geração limpa cresceram 15% entre 2010 e 2011 no País, o que o põe em nono lugar nesse ranking anual. Os brasileiros ainda aparecem no top 10 de crescimento acumulado entre 2006 e 2011, tanto por valores quanto por GW instalados. Na lista dos países que mais evoluíram em capacidade instalada renovável nos últimos cinco anos, aliás, o Brasil se destaca no terceiro lugar, com 49% de expansão - atrás apenas de China (92%) e Turquia (85%).No mundo, os investimentos em geração limpa somaram US$237,2 bilhões em 2011, o que representa um avanço de 6,5% frente a 2010 - excluídos aportes em pesquisa e desenvolvimento. O número é quase 600% superior aos desembolsos de 2004, quando o relatório da Pew começou a ser divulgado anualmente."O custo da geração eólica e solar está caindo rapidamente, com os preços de módulos fotovoltaicos tendo caído 50% somente em 2011", aponta o texto. Pela análise, a junção de valores mais baixos com taxas de retorno menores acelerou esses setores nos últimos anos. Foram 83,5GW em potência instalada em 2011, sendo 43GW a vento e 29,7GW solares.O ano também marcou o retorno dos Estados Unidos à liderança nos investimentos, com US$48 bilhões, contra US$45,5 bilhões da China. Apesar do ritmo mais fraco do país asiático, que estagnou e teve avanço de apenas 1% frente a 2010, o relatório destaca que o governo local aprovou leis que devem acelerar a implantação futura de usinas solares. Os chineses têm a meta de chegar a 2020 com 50GW da fonte e, para isso, adotaram em 2011 um programa de tarifas feed-in pela primeira vez. A medida é considerada importante para a indústria solar mundial caso a demanda na Europa caia como o previsto.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Energia

Jornal da Energia, 13/04/12
UHE São Luiz do Tapajós: estudos no final de 2013
Aneel dá até 30 de outubro para conclusão de análise de viabilidade da usina, que terá até 7,8GW de potência
Da redação
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu prorrogar o prazo para entrega dos estudos de viabilidade da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, prevista para ser instalada no rio Tapajós, Pará. A data limite para os documentos, que era 15 de maio de 2012, foi fixada agora para 30 de outubro de 2013.A planta, que terá 6.133MW de potência, está sendo analisada por Eletrobras, Eletrobras Eletronorte, Camargo Corrêa, EDF Consultoria e EDF Eletricité de France SA. A usina é a maior dentre as previstas pelo governo no Plano Decenal de Energia, que prevê a expansão do parque gerador em um horizonte de dez anos.A Eletrobras, inclusive, já chegou a divulgar que as primeiras sondagens indicam a possibilidade de expandir a capacidade da unidade para até cerca de 7.880MW – um avanço de 28%.A UHE São Luiz do Tapajós e outras usinas previstas para o rio Tapajós foram definidas como projetos estruturantes pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o que as coloca como prioridade para licitação e desenvolvimento.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Trabalho e Sindicalismo

O Globo, 12/04/12
Imposto sindical: Centrais entram em rota de colisão
SÃO PAULO e BRASÍLIA — A disputa por um bolo bilionário promete pôr as centrais sindicais em rota de colisão. Sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) vão nesta sexta-feira à Avenida Paulista ouvir a opinião dos trabalhadores sobre o imposto sindical. A ação é parte da campanha que a maior central sindical do país — com cerca de 22 milhões de filiados em 2.191 sindicatos — lançou no fim do mês passado para defender o fim do recolhimento do tributo. Ele é descontado todos os anos (sempre em março) dos salários dos contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), independentemente de o trabalhador ser associado ou não ao sindicato da categoria, e equivale a um dia de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho, no ano passado essa mordida compulsória chegou a R$ 2,4 bilhões.A Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que representam juntas cerca de 18,5 milhões de sindicalizados, já se manifestaram contra a proposta da CUT, com o argumento de que o fim do desconto compulsório do tributo enfraqueceria os sindicatos e só interessaria às empresas.— A campanha da CUT parece uma campanha patronal para enfraquecer os sindicatos. É óbvio que se eu perguntar ao trabalhador se ele preferiria não pagar o imposto sindical ele vai responder que sim — disse o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.A CUT se defende ainda das acusações que a defesa dessa proposta, neste momento, seja oportunista.— Desde que foi criada, a CUT defende a autonomia e a liberdade sindical, que vão contra a existência de um imposto sindical que liga os sindicatos ao governo. Somos a favor que os trabalhadores votem a remuneração dos sindicatos em assembleia — disse Artur Henrique, presidente da CUT.FAT deu às centrais R$ 370 milhõesSegundo a CUT, o fim do imposto sindical estava no acordo que foi estabelecido no Fórum do Trabalho, realizado no primeiro mandato do governo Lula. O documento, assinado por seis centrais sindicais, previa o reconhecimento das centrais, a distribuição dos recursos de acordo com a representatividade e, segundo Henrique, tinha em sua última cláusula o fim da cobrança obrigatória, que seria substituída por outra modalidade de cobrança.— A CUT só aceitou porque o último item do acordo era que a contribuição obrigatória acabaria e, em seu lugar, haveria um outra cobrança. Depois de brigar muito e cobrar esse acordo no Congresso, vimos que esse item não seria cumprido. Por isso, resolvemos iniciar a campanha.A consulta popular feita pela CUT vai até o fim deste mês. A partir de maio, a central vai começar a coletar assinaturas para um projeto de emenda à Constituição que acabe com o imposto sindical. A intenção do sindicato é aplicar a Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante autonomia aos sindicatos e prevê uma lei contra a prática antissindical, para coibir a ameaça de demissão de trabalhadores ligados ao sindicato.— Temos uma longa luta pela frente. Nosso objetivo é chegar a agosto de 2013, mês em que a CUT completa 30 anos, com milhões de assinaturas para finalmente trazer a autonomia e liberdade aos sindicatos, sem ligação com o governo e empresas — disse.Além de comprometer a autonomia do sindicato, Henrique acrescenta que a existência de uma cobrança sindical compulsória favoreceria a acomodação dos representantes sindicais.— Tem muito sindicato fantasma que só existe para dar dinheiro ao sindicalista e não faz nada pelo trabalhador. Com o fim do imposto, o sindicato seria obrigado a atender melhor a base — afirmou eleEmbora seja conhecida pelas outras centrais, a campanha da CUT pelo fim do imposto sindical já suscitou protesto das rivais. A Força Sindical, entidade que representa 11 milhões de trabalhadores, é contra por entender que as negociações levadas a cabo pelo sindicato beneficiam a todos os trabalhadores e, por isso, devem ser remuneradas.Para Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que representa 7,5 milhões de trabalhadores, o imposto sindical permaneceu como a principal forma de remuneração dos sindicatos por tanto tempo porque é difícil de ser substituído.— Não acreditamos que a proposta da CUT de que os próprios trabalhadores decidam em assembleia uma forma de cobrança dê certo. Essa cobrança pode sofrer a oposição de trabalhadores pressionados pelas empresas, que têm interesse em enfraquecer os sindicatos — atacou ele.Nos últimos quatro anos, desde que passaram a receber uma fatia do imposto sindical obrigatório, as centrais sindicais abocanharam R$ 370,5 milhões, dinheiro que antes ia para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Para serem reconhecidas legalmente e passarem a ter direito a uma fatia do bolo arrecadado pelo imposto sindical obrigatório, as centrais sindicais comprometeram-se em apoiar o fim do tributo, em troca de uma contribuição negocial aprovada pelas assembleias de trabalhadores, mas passados quase cinco anos nada foi feito nesse sentido.STF não tem data para dar parecerO DEM contesta em ação no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito dessas entidades de receber parte do imposto, mas não há data prevista para o assunto retornar à pauta da Corte. Em março de 2010, a ação começou a ser analisada pelos ministros do STF, mas quando a votação estava empatada, com três favoráveis e três contrários, o processo foi suspenso com pedido de vista do ministro Carlos Ayres Brito. No processo, o partido alega que as centrais são associações e não fazem parte do sistema sindical, formada por sindicatos, federações ou confederações.A CUT, que defende o fim do imposto obrigatório, enviou carta ao presidente Cezar Peluso, pedindo agilidade no julgamento. Mas nessa luta a central está sozinha. A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), por exemplo, iniciou em março campanha publicitária em todos os estados pela manutenção do tributo.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Agência Brasil

Usinas de Angra são mais seguras que a de Fukushima, garante relatório da EletronuclearThais Leitão - Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As usinas da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, têm condições mais favoráveis para suportar acidentes decorrentes de catástrofes naturais do que tinha a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no nordeste do Japão, quando o país foi atingido por um terremoto seguido de tsunami, há cerca de um ano. Por causa dos fenômenos, houve vazamentos e explosões na região, o que gerou um alerta mundial sobre a segurança nuclear.A conclusão faz parte de um relatório elaborado pela Eletronuclear, estatal responsável pelo complexo brasileiro, a pedido da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para avaliar as condições de segurança das usinas Angra 1 e Angra 2 em casos de catástrofes naturais de extrema severidade. O documento, que segue metodologia utilizada nos países europeus, ficou pronto no fim de março e foi encaminhado à comissão na semana passada.De acordo com o assessor da diretoria técnica da Eletronuclear, Paulo Carneiro, entre as características técnicas que garantem às usinas brasileiras “uma situação mais favorável” está a existência de um sistema extra de energia elétrica, instalado em áreas protegidas, além do sistema de suprimento de emergência.“O que foi crítico em Fukushima foi perder toda a alimentação de energia elétrica do sistema de segurança e nas duas usinas [brasileiras], além do sistema de emergência, temos um outro de backup instalado em áreas totalmente seguras. A sociedade brasileira pagou a mais para ter isso, mas num momento como esse é sem dúvida uma vantagem”, afirmou.Carneiro acrescentou que as usinas Angra 1 e Angra 2 contam, ainda, com equipamentos que dispensam energia elétrica, caso haja perda total do suprimento, para o resfriamento dos reatores, utilizando reservas de água doce armazenadas em tanques ou piscinas no próprio complexo nuclear.O assessor da diretoria técnica da Eletronuclear citou também aspectos naturais que reforçam a segurança das usinas brasileiras, como a localização em uma área de baixa atividade sísmica e sem tsunamis.“A Região Sudeste brasileira é uma região onde não há ameaça de terremotos de grande intensidade como os que ocorrem no Japão. Além disso, a central se localiza em uma área de baía, naturalmente protegida do oceano pela Ilha Grande, o que exclui a possibilidade de ocorrência de tsunami”, explicou.Ele ressaltou, no entanto, que a principal preocupação da região de Angra dos Reis é a ocorrência de chuvas intensas com ameaça de deslizamento de encostas. O relatório elaborado pela equipe técnica da Eletronuclear aponta que, também para essas situações, o projeto é seguro.“Esse aspecto também foi reavaliado e o nível de proteção para esse tipo de evento também é bom, mas ainda estamos avançando em alguns estudos e talvez adotemos algumas medidas adicionais de proteção em casos de inundações, apenas para garantir uma segurança ainda maior”, destacou.De acordo com a Eletronuclear, Angra 1 começou a operar em 1985 e tem capacidade para geração de 657 megawatts (MW). Já Angra 2, que começou a operar comercialmente em 2001, tem capacidade de gerar 1.350 MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 2 milhões de habitantes. A terceira usina do complexo, com capacidade para produzir 1.405 MW, está sendo construída e deve entrar em operação no final de 2015.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Trabalho e Sindicalismo

O Globo, 08/04/12Justiça do Trabalho libera canteiro de Jirau
BRASÍLIA - A Justiça do Trabalho em Porto Velho (RO) vai permitir a continuidade da construção da usina hidrelétrica de Jirau hoje, depois de vistoria feita nos alojamentos no sábado. A juíza substituta do Tribunal Regional do Trabalho Maria Rafaela de Castro, que coordenou a inspeção, recomendou a continuidade da obra. Na semana passada, mais de 30 dos 57 alojamentos de Jirau foram incendiados, e o Ministério Público do Trabalho solicitou intervenção da Justiça. Mais de 20 pessoas já foram presas como responsáveis pelo fogo.No sábado, os trabalhos transcorriam normalmente e não havia qualquer sinal de tumulto, segundo a juíza Maria Rafaela. Em laudo escrito por ela ontem, ao qual o GLOBO teve acesso, afirmou: “Não registrei nenhum incidente, nada que pudesse comprometer a continuidade dos serviços na usina de Jirau e percebi que os trabalhadores estavam calmos, demonstrando interesse em prosseguir nas suas atividades, bem como o refeitório, a área de vivência e também os alojamentos estão com condições de continuar em pleno funcionamento”.A inspeção foi acompanhada pelos procuradores Francisco José Pinheiro Cruz e Ruy Fernando Gomes Leme Cavalheiro, que entendem que a segurança deva ser reforçada, mas não recomendam a suspensão da obra por causa das condições de acomodação, segundo informou ontem a assessoria de comunicação do Ministério Público do Trabalho em Rondônia.Audiência marcada para amanhã em Belo MonteNo sábado, havia nos canteiros 150 homens da Força Nacional de Segurança, constatou o TRT. Por solicitação da juíza, também participou da inspeção a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para ajudar no trabalho de identificação de eventual crime por ocasião dos incêndios.A construtora Camargo Corrêa, responsável pelas obras, disse, por meio de nota, que as atividades já haviam sido retomadas na sexta-feira, data em que cerca de 800 trabalhadores foram transferidos dos canteiros de Jirau.Em Belo Monte, onde está sendo construída uma hidrelétrica no Rio Xingu (PA), está programada para amanhã uma audiência entre trabalhadores e empresas para avaliar a retomada permanente dos trabalhos. Durante a Semana Santa, a greve foi temporariamente suspensa.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Energia Canal Energia

Itaipu bate recorde com produção de 24,7 milhões de MWh em três meses
Energia produzida poderia abastecer o Paraguai por dois anos e três meses
Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
03/04/2012
A Usina Hidrelétrica Binacional Itaipu bateu recorde de geração de energia em 2012. De janeiro até o final de março, a hidrelétrica produziu um total de 24.720.761 MWh. A produção foi a maior desde que a usina entrou em operação, superando até a geração dos três primeiros meses de 2008, quando Itaipu bateu recorde anual de produção, chegando a um total de 94,6 milhões de MWh.
A energia produzida neste primeiro trimestre de 2012 seria suficiente para abastecer o Paraguai por dois anos e três meses. Poderia suprir ainda o consumo de uma cidade do porte de Curitiba por cinco anos, o estado do Paraná por um ano, a Região Sul por quatro meses e a cidade de São Paulo por 10 meses.
Outro fator importante é que o resultado positivo do trimestre é seguido pela volta da operação da unidade geradora 06 em 20 de março. Com a U6 reconectada ao sistema elétrico, Itaipu volta a dispor de suas 20 unidades geradoras. Juntas, elas somam uma potência instalada de 14 mil MW. O desafio e a meta da usina agora é superar a produção de 2008 e chegar nos próximos anos à marca de 100 milhões de MWh. Em 2011, Itaipu atendeu 17% do consumo brasileiro e 73% do Paraguai.
De acordo com o diretor-geral brasileiro de Itaipu e diretor técnico, Jorge Samek, as atuais condições hidrológicas têm sido favoráveis nos primeiros meses do ano. Outro fator importante é que a demanda por energia permanece aquecida, tanto no Brasil quanto no Paraguai, os dois sócios no empreendimento. Um reflexo direto do cenário econômico positivo dos dois países.