quarta-feira, 3 de abril de 2013

Energia

Jornal da Energia, 03/04/13
Eletrobras: Programa de demissão voluntária depende de aval do Ministério do Planejamento
Iniciativa, que integra Plano Diretor de Negócios e Gestão, apresentado na semana passada, já passou pelo Conselho de Administração e MME
Por Maria Domingues

O Programa de Incentivo ao Desligamento da Eletrobras depende apenas do aval do Ministério do Planejamento para que possa ser implementado. A iniciativa, prevista no Plano Diretor de Negócios e Gestão, anunciado pela empresa na última semana, deverá entrar em vigor ainda neste ano.

Segundo o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Eletrobrás, Armando Casado de Araújo, o programa já foi aprovado pelo Conselho de Administração da companhia e pelo Ministério de Minas e Energia (MME). "O Ministério do Planejamento solicitou os contratos de metas das outras áreas do plano diretor para poder fazer essa deliberação", disse o executivo, que participou de teleconferência com analistas e investidores nesta terça-feira (02/04).

O plano, salientou Casado de Araújo, já foi padronizado para todas as empresas do Grupo Eletrobras. Dependendo da adesão, poderá ser necessária a realocação de pessoas. Essa possibilidade já havia sido ressaltada pelo presidente da companhia, José da Costa Carvalho Neto, na semana passada. A expectativa da estatal é que 5 mil, ou seja, 18,5% dos 27 mil funcionários da estatal adiram ao plano.

Sobre os demais pontos do Plano Diretor, que prevê redução de custos de 20% para 2013 e de 30% nos próximos anos, Casado de Araújo ressaltou que a companhia terá que "apertar o cinto" para reduzir os custos de operação e manutenção dos ativos renovados seguindo os dispositivos da Medida Provisória 579. O executivo salientou, porém, que os contratos onerosos que não tem relação à atividade fim da companhia serão repassados aos órgãos responsáveis.

Como exemplo, o diretor citou um assentamento localizado próximo da usina de Itaparica (1.500 MW). "Já foi criado um grupo de trabalho, que envolve os ministérios da Integração e do Planejamento, além da Eletrobras e o prazo para a transferência desse assentamento para a Integração é de 180 dias. Só esse contrato onera os cofres da empresa em R$120 milhões ao ano", disse.

Casado de Araújo ressaltou também a padronização das atividades compartilhadas do Grupo Eletrobras e a criação de uma sociedade de propósito específico (SPE) única, que englobará as quatro SPEs relacionadas à Interligação Elétrica do Madeira (IE Madeira). "Conquistaremos um ganho de escala e de gestão com essa junção", disse.

O diretor disse que a relação dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é "muito grande". As próximas captações a serem realizadas pela companhia terão a União como garantidora. "O objetivo é ter o menor custo de captação possível", disse.

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