terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Jornal do Brasil

Energia
Jornal do Brasil, 01/12/09
Apagões no Rio: Light foi avisada de aumento no consumo
RIO - O Conselho de Consumidores da distribuidora de energia Light afirmou nesta segunda-feira que, há seis meses, vem alertando a concessionária sobre a possibilidade de aumento no consumo de energia no Rio de Janeiro. Segundo o presidente do conselho, Antônio Florêncio de Queiroz, pesquisas da Federação do Comércio do Rio (Fecomércio) mostram que, desde maio, a compra de equipamentos elétricos pelos cariocas, como ventiladores e aparelhos de ar condicionado, vem aumentando e que isso geraria aumento no consumo de energia. Diante dos avisos, o presidente do conselho, que representa os diversos setores atendidos pela Light, como residências, comércios, indústrias e o poder público, acredita que a empresa deveria ter investido mais na manutenção e ampliação de sua rede de distribuição de energia. E isso, segundo Queiroz, poderia ter evitado os apagões da última semana em vários bairros da cidade, com prejuízos para os consumidores. "Eu acho que até houve um investimento por parte da companhia, mas não o investimento suficiente para atendimento desse aumento de consumo. Em novembro, por exemplo, houve um aumento de quase 25%", disse Queiroz. A afirmação de que a Light vinha sendo informada sobre a possibilidade de aumento da compra de equipamentos eletroeletrônicos pelos cariocas contraria as explicações dadas pela própria empresa à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo a Aneel, a Light informou que foi surpreendida pela onda de calor no Rio, que teria gerado um aumento no consumo de energia na cidade. Para o presidente do Conselho de Consumidores da Light, um dos problemas enfrentados pela empresa é o combate ao furto de energia, que chegaria a 20%. Segundo ele, a distribuidora precisa investir muito para combater esse tipo de problema em detrimento do setor de manutenção e ampliação da rede. Uma das soluções, de acordo com Queiroz, seria o aumento dos recursos da Conta de Desenvolvimento Energético para a área da Light. A conta é um fundo administrado pela Eletrobrás cujo dinheiro é usado em programas de universalização do acesso à energia, como o Luz para Todos. Como na capital fluminense o problema, segundo Queiroz, é de furto de energia e não de falta de acesso à luz, apenas cerca de 5% dos R$ 200 milhões que a Light repassou ao fundo retornaram como investimento. Até o momento, nem a Light nem o Ministério de Minas e Energia se pronunciaram sobre o assunto.

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