quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Trabalho e Sindicalismo

Instituto do Observatório Social, 10/11/10
Químicos do ABC conquistam 8% de aumento salarial
Os trabalhadores do setor químico do Grande ABC aprovaram em assembleia realizada na sexta (5) a proposta patronal de reajuste salarial de 8%, com data-base em 1º de novembro (exceto os trabalhadores da indústria farmacêutica, cuja data-base é 1º de abril). A conquista equivale a aumento real de 2,82%, considerando o INPC acumulado de 5,04%. A assembleia também definiu reajustes no Piso Salarial e PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Este percentual de aumento real é o maior já registrado pelos Químicos do ABC e garante que, entre 2000 e 2010, a categoria acumule 15,5% de ganho real nos salários. Isso significa a recuperação das perdas salariais da década de 1990, a ampliação da renda da categoria e a base para um novo patamar de conquistas nos próximos anos. Desta forma, os reajustes aprovados foram:

- Salários: reajuste de 8% até o teto de R$ 6.276,71, acima desse valor, fixo de R$ 502,14 (o que equivale a 2,82% de aumento real, como INPC acumulado em torno de 5,04%)

- Piso Salarial: reajuste de 9,2%, passando de R$ 815,00 para R$ 890,00 (o que equivale a 3,96% de aumento real);

- PLR (Participação nos Lucros e Resultados): reajuste de 10% no valor mínimo, passando de R$ 600,00 para R$ 660,00 (4,72% de aumento real).

Quanto às cláusulas sociais, ficou decidido que haverá uma recomendação de extensão de todos os benefícios da Convenção Coletiva para os companheiros e companheiras de trabalhadores que mantenham relacionamento com pessoas do mesmo sexo; recomendação que as empresas busquem aderir à prorrogação da licença maternidade para 180 dias; e que o setor patronal (CEAG-10) fará, em parceria com o Sindicato dos Químicos do ABC, seminário abordando o tema nanotecnologia e a saúde e segurança do trabalhador (a). "Os reajustes são recordes para a categoria. Os trabalhadores do setor químico do ABC realizaram a melhor campanha reivindicatória da história ao se ter cláusulas bem elaboradas e argumentação qualificada", revela o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage.

Dados sobre a categoria química: o Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Químicos do ABC representa os trabalhadores (as) nas indústrias químicas, petroquímicas, farmacêuticas, de plástico, de tintas e vernizes, de resinas sintéticas e colas e de explosivos localizadas nas sete cidades da região do ABCD: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Temos cerca de 40 mil trabalhadores na categoria e esta campanha - com data-base em 1º de novembro, abrange toda a categoria, exceto os cerca de 2 mil trabalhadores da indústria farmacêutica, cuja data-base é 1º de abril. Na base geográfica do Sindicato, estão instaladas cerca de 900 empresas ? pequenas, médias e grandes ? de todos esses segmentos, muitas delas transnacionais, algumas de capital misto, outras de origem familiar.

Dados sobre a Campanha Reivindicatória 2010

A Campanha Reivindicatória 2010 da categoria química do ABC foi deflagrada na assembleia de 24 de setembro, quando a categoria aprovou a pauta de reivindicações. Foram realizadas três rodadas de negociação com o setor CEAG-10 da Fiesp, que representa as indústrias químicas do Estado de São Paulo: nos dias 20 e 27 (para discussão das cláusulas sociais) e dia 29 (cláusulas econômicas).

Texto: Sindicato dos Químicos do ABC

Nenhum comentário:

Postar um comentário