quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Diário do Comércio e Indústria

Internet via rede elétrica agita as teles e o setor de energia
SÃO PAULO - A permissão concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na última semana, para a oferta de internet de alta velocidade (por banda larga) via rede de energia elétrica, conhecida como Power Line Communications (PLC), começa a mexer com os interesses das empresas de telefonia e de energia do País. A AES Telecom, do grupo AES Eletropaulo, que já investiu cerca de R$ 20 milhões em seu projeto de testes para o PLC, por exemplo, já anuncia negociação com três operadoras de telefonia, e aposta em que seu produto já estará disponível na prateleira de alguma delas até o fim deste ano.Na mesma linha, a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) também realiza testes por meio de seu braço de telecomunicações, a Copel Telecom, com previsão de investir cerca de US$ 400 milhões no próximo ano.A Infovias, empresa de telecomunicações do grupo Cemig, começou os testes do PLC em 1999 e, em 2002, conclui que a operação seria positiva.Nicolas Maheroudis, diretor de projetos de PLC da AES Telecom, explica que os projetos para testar a tecnologia de internet via rede elétrica começaram no fim de 2007, em cerca de 20 prédios residenciais em Moema, na capital paulista. Em 2008, a companhia expandiu a amostra para cerca de 300 imóveis, e afirma que está em fase de conclusão de resultados. "A finalidade agora é explorar o mercado das operadoras, finalizar os testes, o processo de homologação [de equipamentos] e colocar esses 300 prédios no mercado", disse o executivo.Maheroudis não revela os investimentos previstos para a nova tecnologia daqui para a frente, mas adianta que está otimista. "Não posso falar de números, mas estamos acompanhando a demanda das operadoras. Vamos crescer em função dos casos de sucesso da região e dos nossos parceiros e clientes", afirmou.Em São Paulo, onde deve ser lançado o primeiro produto da AES Telecom em parceria com uma operadora, a companhia disponibiliza 2.400 km de fibra ótica instalada. No Rio de Janeiro, onde atua com a marca AES Com, são cerca de 2.300 km. No primeiro semestre deste ano, AES Eletropaulo Telecom e a AES Com anunciam faturamento de R$ 99,8 milhões, um crescimento de 35% em comparação com o mesmo período do ano passado.Assim como a AES Eletropaulo, a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), também já atua com seu braço de telecomunicações, a Copel Telecom, há mais de dez anos. Segundo Orlando César de Oliveira, gerente do departamento de comercialização de serviços de telecomunicações da Copel, a companhia fez seu primeiro teste da tecnologia PLC em 2001, com equipamentos de primeira geração (1G) que, apesar de não serem os mais adequados, apresentaram indícios de qualidade da tecnologia. "O teste já apontava para oportunidade de uso da rede elétrica para acesso à internet", explicou Oliveira.

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