segunda-feira, 9 de julho de 2012

Energia

Jornal da Energia, 09/07/12Energia nuclear ocupa 13,4% da matriz mundial
No entanto, participação da fonte tem caído nos últimos anos
Por Natália Bezutti
Um novo relatório elaborado pela Agência de Energia Nuclear (NEA) aponta que a fonte é responsável por 13,4% da matriz elétrica global, mas diz que a presença do setor tem caído na comparação com o crescimento da geração no mundo. Em 2011, o número de novos projetos nucleares em construção caiu para quatro, frente aos 16 que estavam em andamento em 2010. O estudo aponta que a retração é possivelmente uma consequência combinada do acidente na usina Fukushima Daiichi e da crise econômica mundial.
O documento ressalta que ainda é cedo para avaliar a tendência em 2012, mas argumenta que vale a pena observar que os Estados Unidos, pela primeira vez em 30 anos, decidiram aprovar a construção de uma nova usina nuclear.
Colocando uma perspectiva de alcançar 1.200GW em capacidade instalada da fonte em 2050, o estudo acredita que será possível acrescentar 16GW em usinas atômicas ao ano até 2020. O número representa uma taxa de crescimento maior do que na última década, quando houve incremento de 13GW ao ano.
Assim seria possível chegar a 512GW até 2020, com uma gradual acumulação de capacidade industrial e de recursos humanos. O motivo é que a extensão da vida útil dos reatores em operação auxiliaria a manutenção do patamar de capacidade nuclear instalada no mundo até 2030. Mas, depois dessa data, com a desativação das usinas mais velhas, seria preciso um aumento significativo da construção de novos reatores para substituir os antigos e, além disso, aumentar a capacidade instalada.
Fatores que afetam a expansão
O estudo não identificou barreiras intransponíveis para expansão necessária da geração nuclear nos próximos 40 anos. No entanto, cita como desafios o financiamento dos empreendimentos, tendo em vista seus custos elevados e o risco de atrasos e custos suplementares. Também é necessário superar as restrições atuais da capacidade industrial e profissionais capacitados para a construção das usinas.
O documento também cita como barreiras o gerenciamento dos rejeitos de alta atividade; a expansão da energia nuclear para novos países, ao mesmo tempo em que se evita a proliferação de materiais e tecnologias nucleares sensíveis; e a ampliação do fornecimento de combustível nuclear para dar conta do aumento da capacidade instalada e da extensão da vida útil das usinas existentes.
Programa nuclear
Um programa nuclear bem sucedido em qualquer país deve ter a confiança da sociedade como um todo, sustenta o estudo. Além disso, a transparência e a participação pública na tomada de decisões são vistas como vitais para garantir a aceitação do público para os programas nucleares.

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