quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Jornal da Energia

Jornal da Energia, 20/11/12

MP579: Eletrobras não questionará critério de indenização, mas espera receber por investimentos realizados
Companhia fala em "apertar os sapatos" e nem mesmo distribuidoras escaparão de uma reestruturação na gestão
Por Wagner Freire

Em teleconferência nesta segunda-feira (19/11), o diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras, Armando Casado de Araújo, deixou claro que a estatal não questionará os critérios de indenização estabelecidos pelo Governo Federal — que fixou o valor de aproximadamente R$14 bilhões como indenização para os ativos de geração e transmissão não amortizados e não depreciados controlados pela companhia e alcançados pela Medida Provisória 579. No entanto, o executivo revelou que a holding conta com uma receita adicional, oriunda do reconhecimento de investimentos feitos nos empreendimentos pela companhia ao longo dos últimos anos.

A expectativa de Casado se materializa porque, a partir do critério de Valor Novo de Reposição, o governo considerou as informações do projeto básico de cada empreendimento para definir o montante a ser indenizado. “A parte de reforços e melhorias entrará no próximo ciclo de revisão tarifária”, destacou. “Os cálculos foram em cima do projeto básico e por isso estamos nos preparando para esse reconhecimento (dos investimentos) na revisão periódica.”

Segundo Casado, a Eletrobras investe, anualmente, entre R$800 milhões e R$1 bilhão em suas usinas. “Estamos levantando o valor total investido. Já disse e repito isso, podem visitar qualquer usina da Eletrobras. Usinas de 30 aos parecem que têm 3 anos.”

Ainda durante a teleconferência, Casado foi enfático por diversas vezes ao afirmar que a Eletrobras precisará passar por uma “reformulação geral”. “Temos que apertar o sapato. Temos uma consciência total de que precisamos repensar a Eletrobras”, disse.

Segundo o diretor, os ajustes não se limitarão a demissão de pessoal, mas sim uma reestruturação geral, que busque a eficiência em todas as frentes de gestão da companhia. “A orientação é de que cada uma vai ter que construir a sua empresa de acordo com as regras”, observou, se referindo a todas as subsidiárias. Nem mesmo as distribuidoras sairão ilesas. “Com certeza teremos que fazer mudanças nas distribuidoras.”

Casado garantiu que mesmo diante de tantas mudanças, a Eletrobras seguirá investindo e espera contar com o apoio da União para buscar projetos que possam alavancar a companhia. “Temos que ser eficientes em O&M. Por outro lado, precisamos ter o maior cuidado em conquistar projetos que permitam maior rentabilidade (para empresa)”.

Ao final, o diretor de relações com investidores mandou uma mensagem aos acionistas. “Gostaria muito de estar aqui divulgando o resultado do terceiro e do quarto trimestre com as expectativas anteriores. Infelizmente fomos acolhidos com a medida provisória. Isso é uma realidade que temos que acatar. Temos capacidade de vencer esse obstáculo. E acredito que a gente vai vencer esse obstáculo”, concluiu.

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