quarta-feira, 15 de maio de 2013

Energia

Canal Energia
Estudo aponta que preservação de florestas conserva potencial energético de hidrelétricas
Pesquisa feita por Ipam adverte que aumento no desmatamento pode fazer com que Belo Monte perca 30% do seu potencial
Da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente
14/05/2013

A intensidade do desmatamento da floresta amazônica é diretamente proporcional ao potencial das usinas hidrelétricas da região. A afirmação é de estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - Programa Internacional. O estudo quantificou o impacto da cobertura florestal regional sobre a produção de energia elétrica, em especial a da UHE Belo Monte (PA - 11.233 MW). Os resultados do estudo mostram que as florestas tropicais tem uma importância maior do que se imaginava no processo de formação de chuvas que dão força aos fluxos dos rios. A pesquisa aponta que caso o desmatamento continue aumentando na Amazônia, a projeção de geração de Belo Monte vai diminuir em 30%.

De acordo com Claudia Stickler, autora principal do estudo, os esforços feitos para reduzir o desmatamento na Amazônia estão ajudando a garantir o potencial energético, mas esses esforços devem continuar com a preservação regional. Para o climatologista Marcos Costa, outro autor do estudo, os resultados do estudo são importantes para a elaboração do planejamento energético no longo prazo. Ele ressalta que quanto mais florestas ficarem em pé, haverá mais água nos rios, o que traz mais energia elétrica passível de ser gerada.

Os pesquisadores montaram vários cenários com a produção de energia em diferentes níveis de desmatamento na bacia do rio Amazonas e os cenários com mais florestas eram os que mais produziam energia. Com os níveis atuais de desmatamento, os resultados mostram que a precipitação é de 6 a 7% menor que se houvesse uma cobertura florestal total. E com a perda de 40% de florestas tropicais antecipada por alguns prognósticos até 2050, a precipitação seria entre 11 e 15% mais baixa, resultando assim em 35 a 40% menos energia. Os resultados do estudo poderão servir de base para regiões além da Amazônias, como a África e o sudeste da Ásia. Países como Peru, Colômbia, Congo, Vietnã e Malásia.

Ainda segundo Cláudia Stickler, é necessário que quem planeja a energia leve em consideração o aspecto da cobertura florestal ao calcular o potencial de fornecimento de energia do projeto. Mas ela averte que os projetistas de usinas não costuma levar em consideração os desmatamentos futuros e quando isso é feito, eles projetam que o desmatamento vai aumentar a quantidade de água que flui para as represas, quando os estudos mostraram que acontece justamente o contrário.

Os autores do estudo pedem mais atenção aos custos de energia associados a derrubada de florestas para fins de desenvolvimento, como para a construção de estradas e fazendas. Eles querem que em contrapartida a essas ações sejam feitos programas de apoio a redução do desmatamento com agricultores e pecuaristas.

Para ver a íntegra: http://www.pnas.org/content/early/2013/05/09/1215331110.abstract

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