quinta-feira, 4 de março de 2010

Energia

Jornal do Brasil, 04/03/10
Cemig consolida mercado interno para ganhar a AL

DA REDAÇÃO - Com 10,768 milhões em sua rede de distribuição, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) tem planos de expandir também para a América Latina. Primeiro, a estratégia é consolidar a posição no mercado brasileiro de energia com a aquisição de outras empresas. A estatal adquiriu, pelo consorcio Rio Minas Energia, em 2006, a Light, que atua nos segmentos de geração, distribuição e comercialização, e agora tem planos de comprar a Ampla, distribuidora do interior do estado do Rio. Além de atuar em 19 estados, a Cemig também está presente no Chile, onde construiu uma linha de transmissão (não atingida pelo terremoto), além de exportar energia para Argentina e Uruguai. Luiz Fernando Rolla, diretor de Finanças, Relações com Investidores e Controle de Participações, explica que a Cemig tem plano estratégico com visão de longo prazo na integração da América Latina. - Para este ano, a prioridade da companhia é garantir a qualidade dos serviços ? reforça o diretor da Cemig.Hélder Queiroz, professor do grupo de Economia da Energia da UFRJ, destaca que a empresa está em processo de consolidação da sua expansão. Para ele, é preciso algum tempo após a aquisição para que seja possível ver os resultados da nova administração das empresas compradas.- As aquisições estão sendo feitas de forma inovadora e rápida e isso chama atenção ? declara Queiroz. A capacidade instalada de usinas operadas pela mineira chega a 8.500 MW ? que corresponde a 8,5% da geração nacional de energia ? sendo 6.691 MW de propriedade da Cemig. Rolla destaca que a companhia é o segundo maior grupo gerador do país.Em 2009, os investimentos da empresa somaram R$ 3,6 bilhões, aplicados em expansão e melhoria das linhas de transmissão, geração e distribuição. - Os projetos de manutenção da rede urbana devem contar com mais de R$ 600 milhões este ano. Principalmente Rio de Janeiro e Belo Horizonte, cidades onde o consumo aumentou muito este ano por causa do calor ? conta Rolla. Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires considera viável a estratégia da Cemig, apesar de pouco comum no setor elétrico brasileiro. Segundo ele, há capital suficiente para a expansão. Pires disse que a única preocupação do mercado em relação à Cemig é a mudança do governo do estado de Minas Gerais, hoje ocupado por Aécio Neves (PSDB).- A companhia sempre foi bem administrada e é eficiente no seu setor. O único risco é eleger um governante que decida mudar o rumo atual da empresa ? avalia Pires. A Cemig investiu, entre 2003 e 2009, mais de R$ 10 bilhões, sendo que um quarto desse valor (R$ 2,5 bilhões) foi gasto nas aquisições de participações estratégicas na Light (não inclui ainda a transação com a Equatorial e Andrade Gutierrez), TBE, Terna, Usina Rosal e parques eólicos do Ceará.Nas usinas da Cemig e subsidiárias, foram investidos R$ 1,9 bilhão. Na melhoria do sistema de distribuição, foram R$ 3,9 bilhões (incluindo o Luz para Todos), além de R$ 1,2 bilhão em transmissão e subtransmissão.

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