quarta-feira, 20 de junho de 2012

Energia

Jornal da Energia, 20/06/12
Ministra do Meio Ambiente diz que País não vai explorar todo potencial hídrico, mas defende UHEs do Tapajós
Izabella Teixeira afirma que hidrelétrica é energia renovável e diz que nenhum país deixou de construir suas usinas
Por Luciano Costa
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou na noite desta segunda-feira (18/6), em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, que o Brasil não vai aproveitar todo o seu potencial hidrelétrico. Mas defendeu os investimentos na geração hídrica, que tem sofrido ataques por parte de ambientalistas, principalmente devido às polêmicas em torno da usina de Belo Monte, que está sendo construída no rio Xingu.
"A Amazônia tem um potencial enorme, mas não quer dizer que todo ele vai ser aproveitado. Você vai ter disputa. Parte dele está em terras indígenas e você vai ter que debater. Tenho potenciais no meio de Unidades de Conservação (UCs) que a (presidente) Dilma disse: não entre aí", comentou, ao ser questionada pelos jornalistas presentes.
Ao falar sobre as UCs, Izabella foi interpelada por uma pergunta sobre as hidrelétricas do Tapajós, que o governo colocou como estruturantes e pretende licitar a partir de 2013. Para viabilizá-las, foi editada uma Medida Provisória que alterou áreas de conservação, em ato que beneficiou também as usinas do rio Madeira, em Rondônia, e o projeto da UHE Tabajara.
"Ampliamos em 330 mil hectares as áreas de preservação e desafetamos 119 mil hectares. Do ponto de vista de resultado (de números), estamos ganhando (conservação) e isso ninguém fala. Argumentam que as cachoeiras de São Luiz do Tapajós estariam sendo retiradas das UCs...e elas não estavam em UCs. As pessoas primeiro devem saber o que estão falando", atacou Izabella.
A ministra ainda defendeu a usina de Belo Monte, ao lembrar que todas ações contra o projeto caíram na Justiça "com argumentos téncicos, que estão no licenciamento ambiental". Izabella também disse que é preciso aproveitar o potencial eólico e de biomassa, mas sem abandonar as hidrelétricas.
"Ninguém renuncia a energia limpa", pontuou, ressaltando, depois, que "nenhum país do mundo deixou de explorar seu potencial hidrelétrico". E apontou que as usinas eólicas possuem eficiência menor, além de ficarem, obviamente, à mercê dos ventos. "Essas discussões têm que ser abertas para as pessoas entenderem. O Brasil não pode ficar sem energia", defendeu.
Para a chefe da pasta de Meio Ambiente, a energia renovável "está no centro da estratégia" para o País. "Agora...você tem uma discussão importante que tem a ver com tecnologia, tarifa, custo, e sobre como se mantém o Sistema Interligado Nacional (SIN). Hidrelétrica é energia renovável. Temos que transformar eólica, sol e biomassa em energias permanentes no dia a dia de cada brasileiro, mas temos, sim, um caminho com hidrelétricas que é mais barato", concluiu.

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