quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Jornal da Energia

Eletrobras prevê que 2013 será difícil e já estima queda anual de R$ 6 bi na receita
Presidente José da Costa Neto desmentiu boatos e garantiu não ter recebido ordem do Governo Federal para venda de distribuidoras
Por Wagner Freire, de São Paulo (SP)
O cenário criado no setor elétrico com a edição da Medida Provisória 579 já faz com que o presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, fale abertamente em redução de custos na estatal brasileira. Segundo o executivo, com a diminuição da receita causada pela renovação de concessões que vencem até 2017, a empresa precisa se preparar para esse novo contexto e prevê corte de pessoal, redução na contratação de serviços de terceiros, entre outras despesas previstas para serem enxugadas.
A estimativa preliminar de Costa Neto é de que a Eletrobras perca pelo menos R$6 bilhões ao ano de receita. "É uma simples estimativa. Nós só vamos poder falar no montante exato quando tivermos os valores da receita de operação e manutenção (que serão apresentados pela Aneel em 1º de novembro)", disse nesta terça-feira (16/10), após participar do seminário sobre a Renovação das Concessões do Setor Elétrico, promovido pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo.
Segundo Neto, o ano de 2013 será o ano mais difícil para a Eletrobras. "Ao mesmo tempo em que é o ano que vamos dar uma guinada em termos de redução de custo, de gestão. Esperamos que seja o início de uma nova caminhada da empresa."
Quanto aos boatos de que a Eletrobras poderia se desfazer de suas distribuidoras federalizadas, o executivo garantiu que não recebeu nenhuma orientação do governo nesse sentido. "O que estamos fazendo é a opção por reduzir custos, aumentar a lucratividade, além de algumas análises de reestruturação organizacional e societária", disse.
Neto falou ainda sobre o valor da indenização esperada pela estatal pelos ativos não amortizados. "Não sabemos ao certo, mas R$20 bilhões não pagaria a Eletrobras", afirmou.
Apesar da previsão de redução da receita, Neto disse que a estatal continuará investindo nos próximos anos. "Queremos continuar com o nosso market share. Inclusive em todas as simulações que temos feito, notamos que precisamos aumentar nossa participação.”
O executivo também não prevê dificuldades na captação de recursos para novos investimentos. "Acredito que nesse caso vamos ter todo o apoio do governo federal na obtenção dos recursos necessário. Até porque as usinas e o sistema de transmissão do Amazonas e as grandes interligações da América do Sul só se viabilizam se a Eletrobras estiver presente. Somos um instrumento essencial para o setor elétrico brasileiro."

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